Reforma no ensino médio divide opiniões de profissionais da área

O governo federal encaminhou ao Congresso Nacional uma medida provisória, a MP 746/2016 que prevê a reestruturação do ensino médio, no dia 22 de setembro. A mudança inclui a possibilidade de escolha de diferentes linhas de formação, como tradicional e técnica, educação integral e a autorização da contratação de professores sem formação, será necessário apenas apresentar um ‘notório saber’.

Mas essa medida dividiu opiniões para profissionais da área da educação. Na visão da Vice-Diretora do 12º núcleo do Cpers, Tânia Maria Ferronato, a retirada de algumas matérias da grade de ensino é fazer com que o aluno deixe de pensar. “É direcionar especificamente para o mundo do trabalho, para gerar mão de obra barata. Esse modelo vai cortar disputas para acesso a universidades, para que seja apenas formação de trabalhadores, não pensadores, não cidadãos”, defende.

Outro fato que preocupa bastante os professores, conforme informa a vice-diretora é o fato dessa lei defender que o profissional não precisa de formação, ter um notório saber já é suficiente.

Já para o Secretário de Educação do Estado, Luis Antonio Alcoba de Freitas a reforma tem pontos positivos, mas com alguns pontos que precisam ser revisados para melhorar a qualidade da educação. “Os índices que medem a educação em todo o país estão muito ruins, não só no Rio Grande do Sul, a de se tomar providencias para tentar reverter esse quadro, que nós temos um números de evasão muito grande também no ensino médio, então é necessário que algumas providências sejam adotadas”, ressalta.

A MP no primeiro momento tem questões que não estão bem esclarecidas, comenta o secretário. “Não está definido a base nacional comum curricular, a MP prevê que haverá essa base que serão as antigas 13 disciplinas que hoje existem para dará abrangência em todo o país. E depois os estados é que teriam a tarefa de formar os processos de conhecimento, teria que ver questão de linguagens, matemática, ciências das naturezas, humanas, formação técnico profissional, seria para o estado ficar isso no seu currículo”, explica Freitas.

No estado do Rio Grande do Sul o grande desafio será ter um currículo atrativo nos para o aluno, tanto no sentido de formação na vida tanto profissional, quanto pessoal.

As mudanças no ensino médio entrariam em vigor somente em 2018, de acordo com o texto da Medida Provisória. Mas poderá ser antecipado para o primeiro ano, desde que com antecedência mínima de 180 dias entre a publicação da Base Nacional e o início do ano letivo.

 

Fonte: Central de jornalismo da Rádio Difusora

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