Um estudo conduzido por pesquisadores da University College of London (UCL) e do Instituto de Saúde Pública da Inglaterra concluiu que uma a cada sete crianças e adolescentes entre 11 e 17 anos ainda apresentava três ou mais sintomas ligados à covid-19 mesmo três meses após a infecção.
A pesquisa monitorou dois grupos, um de 3.065 jovens que testaram positivo para a doença entre janeiro e março deste ano, e um segundo grupo de 3.759 crianças e adolescentes que testaram negativo no mesmo período. Os resultados preliminares foram divulgados na última semana pela UCL.
O estudo é o maior já feito sobre covid-19 longa nessa faixa etária, mas ainda não foi revisado por pares. De acordo com as primeiras conclusões dos pesquisadores, cerca de 30% dos jovens pertencentes ao grupo que testou positivo relataram ter três ou mais sintomas depois de 15 semanas.
Entre o grupo que testou negativo, 16% dos indivíduos fizeram a mesma afirmação. A diferença entre os dois grupos indica que 14% das pessoas entre 11 e 17 anos ainda apresentavam os sintomas devido à doença.
“Existe uma evidência consistente que alguns adolescentes terão sintomas persistentes depois de testar positivo para o SARS-CoV-2 (vírus causador da covid-19). Nosso estudo apoia essa evidência, com dores de cabeça e cansaço incomum sendo as reclamações mais frequentes”, disse o responsável pela pesquisa, professor Terence Stephenson, da UCL, ao site da Universidade.
Segundo os pesquisadores, o número alto de jovens que testaram negativo e ainda assim relataram sintomas de covid-19 pode ser explicado, por exemplo, pelo fato de sintomas como cansaço incomum serem normais na faixa etária monitorada. Isso reforça a necessidade de haver dois grupos para comparação, ressalta a co-autora do estudo, professora Roz Shafran, também da UCL.
“Nosso estudo também mostra a importância de se ter um grupo para comparação de modo que os sintomas da covid-19 longa não sejam confundidos com problemas de saúde não relacionados à doença. Sem um grupo de controle dos jovens, nossas descobertas não poderiam ser interpretadas”, disse.
Vacinas
As vacinas contra covid-19, além de reduzir significativamente a chance de contrair a doença, diminuem o risco de covid longa, aponta uma pesquisa do King’s College London, na Inglaterra. Isso mostra que, entre a minoria de pessoas que contrai covid estando totalmente vacinada a chance de ter sintomas por mais de quatro semanas é 50% menor quando comparada a daqueles que não receberam o imunizante.
Muitas pessoas com covid se recuperam em até quatro semanas, mas algumas apresentam sintomas que podem persistir por meses depois da infecção inicial, o que ficou conhecido como covid longa. Isso pode ocorrer mesmo quando a pessoa teve apenas sintomas leves por causa do coronavírus no início.
Em nota, os pesquisadores afirmaram que está comprovado que as vacinas salvam vidas e evitam casos graves de covid e, agora, há fortes indícios de que elas previnem também a covid longa. A equipe analisou dados coletados através do aplicativo Zoe Covid Study, do Reino Unido, que armazena os sintomas relatados pelos usuários, as vacinas que receberam e os testes contra covid realizados.
Com base nos dados, os pesquisadores relatam que apenas 0,2% (2.370 casos) das pessoas que já tinham tomado as duas doses da vacina tiveram covid após a vacinação. Das 592 pessoas totalmente vacinadas contra a covid que continuaram a utilizar o aplicativo por mais de um mês, 31 (5%) tiveram covid longa, apresentando sintomas por mais de 4 semanas depois de receberem o diagnóstico. No grupo não vacinado, esse número foi de cerca de 11%.
Os pesquisadores afirmaram também que idosos com comorbidades tiveram mais risco de contrair a covid mesmo depois de estarem plenamente vacinados do que outros grupos.
Fonte: O Sul
Foto: Reprodução O Sul
(RM)
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