Esforços são relembrados no Dia Nacional de Combate ao Fumo – 29 de agosto
Embora nas últimas décadas as campanhas de conscientização quanto aos perigos do tabaco tenham ajudado a diminuir expressivamente o número de fumantes no país, pelo menos 12,6% da população adulta brasileira tem o hábito de fumar. São, ao menos, 26 milhões de pessoas que acendem cigarros ou seus derivados diariamente, conforme a Pesquisa Nacional de Saúde de 2019 divulgada neste ano, reforçando a importância de datas como a do Dia Nacional do Combate ao Fumo, lembrado neste domingo, 29.
Em um cenário no qual o número de pessoas que tentam parar de fumar caiu de 51,1% para 46,6%, segundo o Ministério da Saúde, datas como essas são um estímulo para a população tabagista buscar uma vida mais saudável – e também uma oportunidade para ampliar a atuação de organismos como a Liga de Combate ao Câncer de Bento Gonçalves.
As autoridades sanitárias têm obtido sucesso na sua cruzada contra o cigarro. Entre 1989 e 2010, houve queda do percentual de fumantes no Brasil de 46%, segundo a PNS, vinculada ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e realizada em parceria com o Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o tabagismo uma doença. Uma enfermidade, no entanto, que poderia ser erradicada. “O tabagismo é a doença mais prevenível do mundo”, opina o médico pneumologista Adriano Muller.
O cigarro contém mais de 3 mil substâncias tóxicas, entre elas a nicotina. Para Muller, esse componente é um dos principais complicadores para as pessoas abandonarem o hábito de fumar. “A nicotina é considerada uma das que mais causam dependência química, além da psicológica. Ela equivale ao grau de dependência da cocaína ou da heroína”, compara o médico.
É a partir desse entendimento, no entanto, que o arsenal terapêutico de ambulatórios e consultórios de pneumologia e de outras especialidades não médicas, como psicologia e assistência social, se modificou e evoluiu para ter uma resposta mais satisfatória no atendimento a fumantes. Neste contexto, também está incluída a Liga de Combate ao Câncer de Bento Gonçalves. Foram os profissionais do programa antitabagismo da entidade que auxiliaram Raquel Ceresolli a abandonar o vício do cigarro depois de 35 anos. “Comecei quando era adolescente, por volta dos 15 anos. Toda minha família era fumante, pois na época era moda, dava um falso status. Era charmoso ter o cigarro entre os dedos”, conta a hoje ex-fumante.
Raquel decidiu largar o cigarro mais seriamente depois de se casar, aos 50 anos, com um ex-fumante, por respeito a ele. “Ele nunca me proibiu de fumar”, lembra. “E também percebi que o fumante não era aceito em muitos lugares. Eu desviava das pessoas que não fumavam por vergonha do cheiro que iriam sentir”, diz Raquel. Foi numa conversa com seu companheiro, após algumas tentativas infrutíferas de largar o cigarro, que Raquel procurou a Liga. Para ela, foi um recomeçar. “A diferença foi voltar a sentir o sabor dos alimentos, estar numa festa e não precisar sair para fumar, poder vestir uma roupa e não sentir cheiro de fumo, estar com os dentes limpos, entre outros sentimentos”, descreve.
O período não foi fácil. Raquel precisou de ajuda de medicamentos para vencer o vício, mas não apenas superou o desafio como se engajou na causa para mudar o hábito de pessoas próximas a ela. “Na Liga tive todo o tipo de apoio, até para comprar os medicamentos. Não foi fácil, mas não é impossível. Hoje eu luto para minha irmã e minha mãe deixarem este maldito vício. Serei eternamente grata à Liga”, agradece Raquel, que passou a ser contribuinte da organização.
Reconhecer que o cigarro está fazendo mal e ter o suporte das pessoas próximas são importantes para quem deseja abandonar o vício do tabaco, assim como contar com os serviços de uma entidade especialista como a Liga. “Nossa missão não é condenar o tabagista, mas, sim, criar e oferecer condições e ferramentas para que ele consiga abandonar o vício e colocar em prática as propostas de um estilo de vida saudável, conceito que temos trabalhado fortemente para difundir, com o objetivo de agregar mais saúde e bem-estar às pessoas”, explica a presidente da entidade, Maria Lúcia Gava Severa.
Para quem precisa de ajuda, a entidade atende na rua Ramiro Barcelos, 580, centro de Bento Gonçalves, ou pelo fone (54) 3451-4233.
Fonte: Exata Comunicação e Eventos
Foto: Freepik / Divulgação Exata
(RM)
Em Pequim, RS Day reforça parcerias estratégicas do Rio Grande do Sul com a China
Segundou de Oportunidades: CIEE-RS inicia a semana com mais de 3,8 mil vagas de estágio e bolsas de até R$ 1,8 mil
Dom José Gislon – Um Rei fiel e servidor