A maior parte da energia consumida no Brasil vem de usinas hidrelétricas. Nossas tomadas e interruptores ainda são abastecidos pelas energias eólica e solar. Mas como nem sempre dá para contar com a natureza, o sistema também tem uma espécie de seguro para não faltar energia: as térmicas. Ou termelétricas.
“A termelétrica tem um custo de operação muito alto, porque ela precisa de combustível para funcionar. Então, toda vez que as termelétricas operam, o consumidor tem que pagar o custo desse combustível. E isso, é claro, sai caro”, afirma Maurício Tolmasquim, professor de Engenharia da UFRJ e ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
E dependendo do combustível, pode ser muito caro. Atualmente, o preço médio do megawatt/hora gerado por uma térmica movida a carvão, que ainda é poluente, sai por R$ 348; por biomassa, como bagaço de cana, R$ 350; a gás, R$ 495; e a diesel, de R$ 600 a R$ 1 mil. A mesma energia gerada pelas hidrelétricas custa R$ 183.
As térmicas ainda são indispensáveis, mas o momento de acioná-las deve ser muito bem pensado e levar em conta o nível dos reservatórios das hidrelétricas. Porque isso vai fazer muita diferença no custo da geração de energia e no preço que todo mundo paga. É o que dizem os especialistas do setor.
“Você pode usar térmicas baratas para ir poupando a água. Ou você pode não usar essas térmicas baratas para ir poupando a água, e quando você chega num momento mais complicado, digamos assim, que é o momento em que nós estamos, as térmicas mais baratas não são suficientes. Então, você tem que começar a ligar tudo que tiver pela frente, ao custo que for. A gente desligou as térmicas de fevereiro até maio. A gente usou água que seria necessária para cobrir demanda até o fim do ano”, explica a diretora-executiva da Engenho Consultoria, Leontina Pinto.
Em agosto do ano passado, o Brasil tinha 72% da energia vindo das hidrelétricas e apenas 10% das térmicas. Agora, um ano depois, as hidrelétricas são responsáveis por 51% do abastecimento, e o uso das termelétricas quase triplicou.
Os especialistas alertam que, mesmo com uso intenso das térmicas, pode faltar energia se o governo não investir numa campanha de redução do consumo. “A gente está no inverno, e no inverno não chove, não tem jeito. E dificilmente a gente consegue chegar a novembro. Então a gente está bastante mal”, ressalta Leontina Pinto.
O dono da loja de congelados fez a parte dele ao trocar todos os freezers por equipamentos mais econômicos, mas o custo mais alto da energia ele não vai pagar sozinho. “Preocupa porque acabo tendo que fazer repasse para o cliente. Não tenho como não fazer, e existe esse repasse. A partir do momento que tenho aumento no meu custo fixo, eu preciso repassar isso”, lamenta Luiz Eduardo Jardim.
Fonte: O Sul
Foto: EBC / Reprodução O Sul
(RM)
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