A dimensão simbólica do ser humano se espalha em práticas culturais diversas. Essa capacidade de produzir bens materiais e imateriais expressa características e hábitos que o identifica, por exemplo, de outros povos. Seja pelo modo de falar, de vestir, modos de fazer uma comida, a Cultura de um povo é a sua marca no tempo e no espaço da história e faz parte de um processo em permanente movimento.
Uma das culturas que fazem parte de Bento Gonçalves é a italiana. É com o olhar de valorização e de (re) descoberta que norteia o projeto anual da EMTI São Roque Nilza Côvolo Kratz, junto às turmas dos sextos anos, coordenado pelas professoras Patrícia Tarso e Juliana Soares.
E o início do projeto vai de encontro à palavra “colono” que, muitas vezes, é usada como termo pejorativo, como se fosse uma ofensa. É comum observarmos o uso da imagem do colono de forma caricata. Muitas críticas vêm da forma que nos expressamos, como a pronuncia do “r” fraco. De acordo com Patrícia, “nossa linguagem carrega um sentido muito forte de pertencimento, pois faz parte da nossa identidade cultural. A história do imigrante italiano é carregada de sentimento pela terra, pelo trabalho, que demonstram a força e a coragem, qualidades essas que carregamos conosco”.
O legado cultural do imigrante italiano persiste e está bem presente na linguagem cotidiana do município e nos valores que são passados de geração em geração, na religiosidade, na valorização do trabalho e da alimentação. “É valioso apresentar ao estudante uma visão positiva do colono e sua contribuição para fazer de Bento Gonçalves um município de destaque a nível nacional. Compreender o contexto da imigração e do surgimento do colono e suas contribuições para o processo histórico é primordial para a valorização da cultura do município. É necessário que os alunos entendam que para ser colono é necessário estudo, dedicação e muito amor pela terra”, ressalta Juliana.
Entre as atividades do projeto destaca-se palestra sobre a Língua Vêneta com o estudioso e professor Fernando Menegatti; visita ao Ponto de Cultura no Vale dos Vinhedos, coordenado por Sandro Giordani; de registro, utilizando fichas específicas, dos elementos do patrimônio cultural (bens móveis, imóveis e saberes imateriais) referentes à imigração italiana no município; elaboração de cartografia cultural do patrimônio, onde deverão ser localizados em mapa, as edificações registrados pelos estudantes e exposição de fotografias; e pesquisa sobre como a língua dos antepassados interfere no nosso vocabulário, pronúncia e sintaxe. Para a última atividade, o projeto conta com a contribuição do pesquisador italiano Alberto Frasson que está escrevendo sua tese de doutorado na Holanda sobre o contato das línguas do sul do Brasil.
A diretora Andreza coloca sobre a importância dos alunos e alunas conhecerem o trabalho do imigrante, o colono, para o desenvolvimento/crescimento de Bento Gonçalves. A agricultura sempre teve um papel de destaque no nosso município, a história nos mostra o legado deixado pelo imigrante. Os alunos precisam entender que o passado está no presente e das nossas ações no passado depende o sucesso do futuro. O projeto busca valorizar o trabalho do nosso colono, a nossa língua, o nosso sotaque, nossos costumes e hábitos, destacando a força e a coragem que forjaram o trabalho do povo bento-gonçalvense.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social da Prefeitura
Foto: EMTI São Roque / Divulgação
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