Com orientações de economista, CDL-BG traça panorama para recuperação do setor a partir do avanço na imunização, redução das restrições e investimentos em qualificação e portfólio de produtos
Passados mais de 15 meses desde o início da pandemia no Brasil, muitos setores da economia projetam uma retomada econômica no segundo semestre de 2021. No comércio, a perspectiva do andamento da vacinação e a consequente redução das restrições é um dos principais motivos que leva ao otimismo do setor. Aliado a isso, tradicionais datas comemorativas, injeção de recursos governamentais de final de ano, investimentos em qualificação no atendimento e renovação do mix de produtos somam-se aos pontos favoráveis que devem marcar o semestre pela recuperação.
Para entender o prognóstico que se apresenta nessa metade final do ano, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Bento Gonçalves convidou a economista e professora da Universidade de Caxias do Sul, Maria Carolina R. Gullo –, que apresenta um panorama sobre o delineamento dos próximos meses.
Um dos assuntos mais importantes é o avanço da imunização contra a Covid-19 e a consequente estabilidade dos protocolos – especialmente com o fim do regime de bandeiras do Governo do RS. “Na medida em que o ritmo de vacinação aumenta, a tendência é de flexibilização das restrições para o funcionamento das atividades econômicas em geral. A partir de uma proximidade com a vida que tínhamos antes da pandemia, as pessoas saem mais de casa, retomam suas atividades sociais e laborais e, assim, acabam consumindo mais. Portanto, o comércio tende a ter melhores resultados, em todos os seus segmentos. A população vai se sentir mais segura para sair de casa e voltar à normalidade”, explica.
Outra questão ligada à melhora do cenário são os auxílios e pagamentos governamentais que podem ajudar no poder de compra da população. “Todas as atividades econômicas foram beneficiadas com os valores disponibilizados na forma de auxílio emergencial, mas, certamente, o comércio foi o primeiro favorecido. As pessoas utilizaram, na sua maioria, o valor para consumo em alimentos, vestuário, enfim, necessidades básicas, o que acabou incrementando as vendas no setor. Da mesma forma, qualquer antecipação de benefícios, como 13º salário, injetam recursos diretamente no comércio e em alguns setores de serviços – leia-se aqueles que têm uma relação maior com as necessidades básicas das famílias, como atendimentos médicos e odontológicos, serviços de manicure e cabelereiro, entre outros”, pontua.
Ademais, as datas mais fortes de venda ainda estão por vir – como o Dia dos Pais, Dia das Crianças, Black Friday e, principalmente, o Natal, maior indutor de negócios no varejo. “Acredito que esses momentos serão bem importantes para complementar o desempenho positivo que já teve o Dia das Mães e o Dia dos Namorados, apenas para citar duas datas importantes do primeiro semestre para o comércio. Até o final do ano, o processo de vacinação deve estar quase completo e vislumbram-se boas perspectivas para as vendas”, considera.
Panorama local também é otimista
Se o cenário nacional apresenta contornos de otimismo, em Bento Gonçalves a situação segue a mesma tônica. Segundo dados divulgados pelo poder público municipal, houve registro de alta na abertura de novas empresas no primeiro semestre de 2021 – em comparação com o mesmo período do ano passado. No setor do comércio, foram 120 estabelecimentos, frente 114 em 2020. Já no comércio e serviços, o crescimento foi ainda maior: 153 nesse ano contra 58 no primeiro semestre do ano anterior. Os dados referem-se às inscrições municipais.
Para a economista, a aposta do município no turismo, que engloba o enoturismo e a gastronomia, também tem reflexo para o cenário bento-gonçalvense. “O setor deve ser incrementado na medida da aceleração do processo de vacinação da população. As pessoas estão ávidas por fazer turismo, além disso, vem aí a Zona Franca do Vinho, que naturalmente será um novo atrativo para o turismo local e regional. Portanto, o futuro próximo é bem promissor para a área de turismo e merece atenção para novos investimentos que possibilitem completar a matriz econômica de comércio e serviços que tem aderência ao tema”, indica.
A perspectiva encontra respaldo, ainda, na representatividade de entidades que centralizam interesses de classe para potencializar avanços em prol do setor. “Entendemos a necessidade imediata de recuperação do setor no segundo semestre de 2021, afinal, fomos um dos mais impactados pelas restrições impostas pela pandemia. Precisamos de constante qualificação no atendimento, renovação do mix de produtos e condições para que o comércio de Bento Gonçalves seja cada vez mais fortalecido”, enfatiza o presidente da CDL-BG, Marcos Carbone.
Dicas digitais para o varejo impulsionar as vendas
A pandemia demonstrou que os empresários precisam estar atentos às novidades na área de marketing e e-commerce – reforçando, também, o quanto a capacidade de se reinventar e se adaptar a situações adversas devem ser enaltecidas. Por isso, alguns caminhos importantes para o varejo impulsionar as vendas e aproveitar melhor a retomada dos negócios no segundo semestre, especialmente na área tecnológica, devem ser encarados com seriedade, como:
– Digitalização do negócio: vai muito além de ter um e-commerce. Esse é um passo importante, mas é possível fazer mais. O uso de tecnologia pode acelerar as vendas em um mundo digital que gera mais oportunidades de relacionamento com os consumidores;
– Adoção de uma cultura digital: é preciso ter uma mentalidade digital, metodologias ágeis e ações baseadas em dados para obter melhores resultados e impulsionar a inovação do negócio;
– Ser omnichannel (multicanais): os consumidores não conhecem fronteiras entre online e off-line, pois, para eles, o que importa é a marca do varejo. Por isso, existem muitas razões para ser omnichannel, e todas elas levam a um melhor atendimento ao cliente, mais vendas e a fidelização dos consumidores.
Fonte: Exata Comunicação e Eventos
Foto: Alessandro Manzoni / Divulgação
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