Os museus sempre serão os guardiões da memória por excelência. Ao longo do tempo, suas atribuições vão além de um local edificado que abriga peças e objetos que compõem a cultura de um povo. Seu papel reside no fato de estar em permanente sintonia com as mudanças que ocorrem dentro das sociedades conjugando-as com o processo de seu passado.
Desde 2003, o Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) promove a Semana Nacional de Museus. A instituição incentiva os museus a realizar uma programação de acordo com o tema escolhido pelo Conselho Internacional de Museus (ICOM) que neste ano escolheu “O futuro dos museus: recuperar e reimaginar”.
Propondo atividades que buscam instigar debates sobre os desafios dos museus na contemporaneidade, a programação realizada pela equipe do Museu do Imigrante busca caminhos para repensar e ressignificar a identidade plural do município, bem como, de seu papel perante a sociedade e a história.
De acordo com a museóloga Deise Formolo, “também em maio, no dia 18, é comemorado o Dia Internacional dos Museus. A instituição museal é um reflexo de um processo vivo, contínuo e ativo que precisa estar em sintonia com as novas definições atribuídas ao seu papel. Assim sendo, em consonância com o tema da Semana Nacional, elaboramos atividades onde se destacam uma homenagem à imigração haitiana e à imigração italiana, um informativo sobre os Laços Patrimoniais e uma exposição focada na Educação Patrimonial”.
Dessa forma e evocando o texto divulgado pelo IBRAM, o museu precisa trilhar “caminhos para as discussões pertinentes das comunidades nas quais atua, até o repensar as práticas profissionais na busca da decolonialidade. São eixos bailares na construção de espaços de memória decisivos e essenciais no tempo presente”.
Pensando nisso, a programação do Museu do Imigrante entra em sintonia com diferentes eventos que estarão ocorrendo no mesmo período, a saber:
17/05 – Informativo Laços Patrimoniais.
O Museu do Imigrante irá publicar um relatório público em formato de revista sobre o projeto Laços Patrimoniais: Construindo um Inventário Colaborativo para Bento Gonçalves. Desde 2019, a equipe do Museu vem desenvolvendo uma série de atividades para atualização do inventário de bens históricos da cidade. Nesse informativo, serão apresentados os resultados do projeto, especialmente, sobre o mapeamento elaborado com a pesquisa, bem como, especificar a coleta de bibliografia e relatos orais sobre o tema.
18/05 – Dentro da Programação da Bandeira do Haiti – Post sobre o Dia da Bandeira do Haiti.
Sobre a data
O dia 18 de maio possui um significado de extrema importância dentro da construção histórico- indenditária do Haiti. A data marca a independência do país no início do século XIX. Conforme Nogueira (2019), o processo de colonização francesa foi marcado por inúmeras imposições o que resultou em um levante popular dos haitianos em prol de sua emancipação. O Haiti é o único país da América Latina que conquistou independência com uma revolta vinda de baixo, por escravos subjugados.
Ainda de acordo com Nogueira (2019), no dia 18 de maio de 1803, Jean Jacques-Dessalines rasgou ao meio a bandeira francesa no Congresso de Arcahaie. Unindo as cores vermelha e azul, a nova configuração simbolizava a união entre negros e mulatos. Foi assim que nasceu a bandeira do Haiti, fato marcante no processo de independência do país.
Dia da Bandeira é feriado no Haiti e uma data em que acontecem festas, conferências e apresentações com música e danças típicas. A bandeira haitiana foi criada no dia 18 de maio de 1803, com as cores azul e vermelho. No centro há um painel branco com o brasão de armas do país. Ele é composto por um troféu de armas, representando o desejo dos compatriotas em defender a liberdade do Haiti, e uma palmeira real, que simboliza a independência. A palma é coberta pela “Capa da Liberdade”. O lema da nação, retratado em um pergaminho branco, significa “A união faz a força” (GAZETA DO POVO, 2014).
Nesse sentido, no dia 18 de maio, a equipe do Museu do Imigrante irá realizar uma série de posts sobre a data, contendo histórico, dicas de livros e filmes. Também será realizada uma atividade com história oral traduzindo o nome de alguns objetos do Museu para o kreyòl (crioulo). O crioulo haitiano, também conhecida como kreyòl, é uma língua natural falada por quase toda a população do Haiti.
19/05 – Tour virtual no Ponto de Cultura Vale dos Vinhedos – 7ª Semana da Cultura e da Arte Italiana –
Desde 2018, o Museu do Imigrante participa das atividades da Semana da Cultura e da Arte Italiana promovido no município pelo Circolo Trentino di Bento Gonçalves. Neste ano e, também, integrando a programação daquele evento, no dia 19 de maio, será publicado um tour virtual realizado no Ponto de Cultura Vale dos Vinhedos, um espaço de memória de Bento Gonçalves de extrema relevância para preservação e comunicação da cultura italiana na cidade. O objetivo é divulgar o Ponto de Cultura e suas atividades para que as pessoas possam colaborar ativamente na manutenção desse local.
20/05 – Projeto Laços Patrimoniais – Caminhada virtual pelo bairro São Roque.
No dia 20 de maio, a equipe do Museu irá publicar um vídeo sobre o bairro São Roque, essa atividade dialoga também com o projeto, Laços Patrimoniais. O objetivo será realizar uma caminhada virtual, onde serão apontadas algumas características históricas do bairro. O percurso será iniciada no complexo do Batalhão Ferroviário e seguirá pela Avenida São Roque.
21/05 – Lançamento da exposição online – “Passados presentes: trajetórias da educação patrimonial no Museu do Imigrante”.
Foi pelo Decreto Municipal nº 566, de 18 de dezembro de 1974, que a população conquistou o direito de ver sua herança histórica, sua memória coletiva, preservada como patrimônio cultural. Aberto ao público em 21 de maio de 1975, contou com a presença de muitas autoridades civis e religiosas, professores, alunos, doadores, colaboradores, solidários e engajados à causa. O marco inicial foi uma exposição de curta duração, para chamar a atenção das autoridades e da população sobre a importância do patrimônio legado pelos pioneiros colonizadores, realizada na Primeira Semana do Município em outubro de 1968.
Dessa forma, para comemorar 46 anos de sua abertura ao público, a equipe irá idealizar uma exposição virtual sobre a instituição.
A exposição virtual terá como objetivo apresentar as diversas facetas do Museu do Imigrante na criação de ações de educação para o patrimônio. Entende-se o museu como um espaço polifônico voltado para construção de saberes. Nesse sentido, a narrativa expográfica trará fotografia e descrição de projeto novos e antigos da instituição para promoção de um espaço que auxilia na constituição de pensamento crítico e social sobre os processos históricos de Bento Gonçalves.
O Museu já executou diferentes projetos educativos oferecidos às escolas e ao público em geral. Conforme consulta em documentos institucionais, citam-se os projetos Viva o Museu, Artefatos, Brincando no Museu, Caixa de Memória: O museu vai à escola, Vovó Conta História, Museu em Cena e o Projeto Viajando no Mundo das Letras.
O programa educativo do Museu do Imigrante disponibiliza à comunidade de Bento Gonçalves três projetos. O Caixas de Memória consiste em um recurso pedagógico contendo objetos do acervo não catalogado do Museu do Imigrante, para utilização em atividades em sala de aula. São três caixas de memória disponibilizadas gratuitamente para as escolas da região.
(Re) conhecer visa oferecer, ao público escolar, uma ação educativa colaborativa entre Museu do Imigrante e Fundação Casa das Artes. O objetivo é fortalecer os laços de pertencimento das pessoas com a cidade, conjugando aspectos históricos e artísticos, através da mediação cultural dialogada pelo Museu do Imigrante e Fundação Casa das Artes, visando estimular o pensamento crítico sobre o processo histórico da região e os laços de pertencimento dos estudantes com o patrimônio cultural da região.
Aprendendo com o Museu: Oficina de conservação preventiva, trata-se de uma ação de educação para o patrimônio onde se pretende aproximar estudantes das rotinas internas do Museu por meio de práticas de conservação preventiva em diferentes acervos.
Ainda, o Museu do Imigrante, em parceria com sua Associação de Amigos, promove o projeto Café com Memória, que busca registrar e compartilhar as memórias orais sobre o Município, objetivando a transmissão de saberes às novas gerações. O projeto teve início no segundo semestre de 2017 e, até o momento, foram realizadas nove edições: Histórias da Fenavinho, Histórias das Vinícolas Antigas de Bento Gonçalves, História das Mulheres de Bento Gonçalves, Histórias da Indústria Moveleira de Bento Gonçalves (primeira e segunda edição), Histórias dos Jornais e Jornalistas de Bento Gonçalves, História dos Moinhos de Bento Gonçalves, História da Dança em Bento Gonçalves e Cultura Polonesa em Bento Gonçalves.
A exposição será criada em ambiente virtual cujo link será comunicado nas redes sociais do Museu.
Instagram: @museudoimigrantebg
Facebook: Museu Do Imigrante
Fonte: Prefeitura de Bento
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