A Associação Médica do Rio Grande do Sul entende que é de fundamental importância a retomada das aulas presenciais em nosso Estado. Queremos, com este documento, reforçar nossa preocupação e alertar acerca das repercussões negativas e irreparáveis que nossas crianças e adolescentes experimentaram durante este longo período de fechamento das escolas em virtude da pandemia da Covid-19.
Os prejuízos vão além do impacto no aprendizado, cognição e desenvolvimento psicossocial. O isolamento social provoca desordens comportamentais evidentes, com aumento dos casos de ansiedade e depressão. A obesidade em crianças e adolescentes também aumentou.
Ainda, a escola é um local de acolhimento e inclusão social, principalmente para aquelas crianças com algum transtorno clínico, como dislexia, ou transtornos de espectro autista, dentre tantos outros.
Envolvem também questões nutricionais e sociais. Para muitas crianças e adolescentes que vivem em vulnerabilidade social, a escola é o local onde recebem a melhor, ou talvez a única, refeição diária. Também é seu ponto de apoio e segurança contra maus-tratos (abuso infantil e violência doméstica), aliciamento para consumo de drogas e entorpecentes, trabalho infantil, sem falar na aliciação para a prostituição e a criminalidade.
Em síntese, mais do que um problema educacional, é um grave problema de saúde pública!
O Brasil está entre os países com maior período de fechamento de escolas. Infelizmente, o Rio Grande do Sul figura entre os estados com maior tempo de restrição às atividades educacionais presenciais no território nacional. Inúmeras evidências recomendam que as escolas deveriam ser as últimas a fechar, nos casos em que restrições extremas se fazem necessárias, e as primeiras a abrir, ao iniciarem as flexibilizações.
Porém, essa retomada precisa ser feita de forma responsável, seguindo todos os protocolos sanitários preconizados e de forma gradual. Também sem obrigatoriedade, respeitando a realidade familiar individual.
A identificação de um cenário epidemiológico favorável, com redução sustentada no número de casos incidentes de infecções por SARS-CoV-2 e a demanda decrescente de leitos de enfermarias e leitos de UTIs, é o desejável para iniciar progressivamente essa retomada.
Obviamente existem pontos polêmicos a serem definidos, mas o fomento à discussão é necessário. A AMRIGS se coloca à disposição para mediar um amplo debate sobre o assunto, envolvendo todos os interessados, abrindo seus canais de comunicação para avançarmos na solução deste problema. A relevância do tema nos faz lembrar que temos a responsabilidade com a proteção do futuro das nossas crianças e adolescentes e sua inserção plena na sociedade.
Assinam a nota o diretor de Exercício Profissional, dr. Ricardo Moreira Martins e o presidente da AMRIGS, Gerson Junqueira Jr.
Fonte: AMRIGS
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