A Sondagem Industrial de julho, divulgada nessa terça-feira (25) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), embora ainda em meio a incertezas provocadas pela crise do coronavírus, revela crescimento no índice de produção, que chegou a 61,3 pontos, e no de empregados, 52,3.
“Decretos que reforçavam as restrições impostas à indústria e ao comércio começaram, aos poucos, a serem flexibilizados, dando mais liberdade ao funcionamento das atividades econômicas. Isso, claro, influencia na produção e no emprego”, afirma o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry. Porém, parte desses expressivos resultados se deve aos baixos níveis dos meses anteriores. Em abril de 2020 os dois indicadores registraram os menores valores da série histórica (24,1 e 34 pontos, respectivamente).
O índice de produção deu um salto de seis pontos em julho, após fechar em 55,2 em junho. Acima dos 50 pontos, mostrou o segundo crescimento consecutivo, e 10,3 acima da média histórica do mês, foi o maior desde março de 2010, com alta intensa e disseminada. Já o aumento do número de empregados, depois de quatro meses de redução, contrariou a sazonalidade do mês, que é de queda (média histórica de 47,3 pontos).
Os demais indicadores que compõem a Sondagem Industrial do RS também apontaram resultados em ascensão em julho. A utilização da capacidade instalada (UCI) subiu pelo terceiro mês, cinco pontos percentuais, para 67%, após a mínima histórica de 49% em abril. Esse nível, porém, ainda é quatro pontos percentuais menor do que o de fevereiro, pré-pandemia, e 2,7 inferior à média histórica do mês. Os empresários também consideraram a UCI de julho abaixo do nível normal: o índice em relação à UCI usual alcançou 44,1 pontos, 8,3 pontos percentuais a mais do que junho, mas ainda inferior aos 50 pontos.
Outro bom sinal para a indústria no mês passado foi o dos estoques de produtos finais, com registro de nova queda. De fato, os índices de evolução do mês e do estoque planejado continuaram inferiores aos 50 pontos: em 46 e 47,1, respectivamente. Para esse indicador, isso significa estar abaixo do planejado pelas empresas, algo que já vem ocorrendo há três meses.
EXPECTATIVAS – A consequência dessa melhora no cenário é a de um maior otimismo entre os empresários do setor detectado pela pesquisa, realizada entre 3 e 13 de agosto com 209 empresas, 40 pequenas, 65 médias e 104 grandes. Todos os índices de expectativas tiveram elevação e se mantiveram acima 50 pontos, denotando crescimento nos próximos seis meses. O índice de demanda alcançou 60,5 pontos (56,0 em julho) e o de exportação, 52,5 (contra 51,3 do mês anterior).
Com a maior demanda esperada, as empresas projetam aumentar suas compras de matérias-primas (58 pontos) e o emprego (53,9). Depois de atingir 30,2 pontos em abril de 2020, o menor nível histórico, o índice de intenção de investimento aumentou de 44,4, em julho, para 50,5, em agosto, quando 56% das indústrias gaúchas revelaram intenção de investir nos seis meses seguintes, e 44%, não.
Mais informações e a pesquisa completa são encontradas em https://www.fiergs.org.br/numeros-da-industria/sondagem-industrial.
Fonte: FIERGS
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