O início da temporada de chuvas traz um desafio adicional na operação das distribuidoras: o aumento da incidência de raios na rede elétrica. As descargas atmosféricas, como são tecnicamente conhecidos os raios, foram responsáveis por 5.870 interrupções no fornecimento de energia na área de concessão da Rio Grande Energia (RGE) nos oito primeiros meses de 2016.
O número representa uma média de 24,4 desarmes do sistema por dia, ou seja, um a cada hora. Os raios, ao lado da vegetação e da corrosão de equipamentos, são os principais ofensores da rede elétrica de qualquer distribuidora de energia elétrica do Brasil, o País com a maior concentração de descargas do mundo.
Dentre os municípios atendidos pela RGE, distribuidora do Grupo CPFL Energia, a cidade com maior número de desarmes do sistema provocados pelos raios é São Francisco de Paula. De acordo com um levantamento do Centro de Operações Integrado (COI) da companhia, foram 226 interrupções momentâneas no abastecimento entre janeiro e agosto deste ano.
São Francisco Paula, segundo o Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), é a 3291ª cidade do País com maior incidência de raios por quilômetro quadrado e a 475ª do Rio Grande do Sul.
Já Caxias do Sul, maior cidade da área de concessão da RGE e sede administrativa da companhia, é a segunda colocada em número de desarmes provocado por raios. No total, foram 219 interrupções no fornecimento por conta das descargas atmosféricas. Conforme os dados do Elat, o município concentra uma densidade de 7,21 descargas por Km² por ano. Esse número coloca a cidade na 398ª posição do ranking estadual e 2416ª no ranking nacional de descargas atmosféricas do INPE.
Depois de Caxias, Vacaria, Bom Jesus e Santo Ângelo aparecem na lista das cidades mais afetadas pelos raios, conforme o levantamento do COI da RGE. Esses municípios tiveram 170, 132 e 98 desarmes, respectivamente.
De acordo com o gestor do COI da RGE, Rodrigo Bertani, para lidar com os problemas causados pelas tempestades com previsão de incidência elevada de raios, a companhia mobiliza as suas equipes de campo para reestabelecer o serviço o mais rápido possível. “Os raios atingem a nossa rede elétrica com muita frequência. Mesmo com os investimentos em redes isoladas, para-raios e outros equipamentos de segurança, estamos vulneráveis a esse tipo de fenômeno climático. Os danos provocados são significativos e podem causar a queima de transformadores e o rompimento de cabos”, explica.
De acordo com um levantamento feito pelo Elat, o Rio Grande do Sul é o Estado brasileiro que concentra o maior número de descargas atmosféricas que tocam o solo por quilômetro quadrado no País. Entre as 10 cidades que liberam o ranking nacional, três estão dentro da área de concessão da RGE: São Pedro do Butiá, Augusto Pestana e São Nicolau.
Porém, o número de desarmes do sistema nestes municípios é relativamente pequeno se comparados aos que estão no topo da lista do COI. Neste ano, São Pedro teve seis ocorrências, Augusto Pestana, duas, e São Nicolau, 30 desarmes.
O órgão do Inpe estima que 70% dos desligamentos de redes de transmissão e 40% das interrupções nas redes de distribuição de energia de todo o País são provocadas por raios.
Ranking das 10 cidades atendidas pela RGE com mais desarmes do sistema pela incidência de raios
Colocação | Município | 2016* | 2015 | 2014 |
1º | São Francisco de Paula | 226 | 599 | 781 |
2º | Caxias do Sul | 219 | 568 | 675 |
3º | Vacaria | 170 | 480 | 568 |
4º | Bom Jesus | 132 | 271 | 319 |
5º | Santo Ângelo | 98 | 344 | 426 |
6º | Lagoa Vermelha | 93 | 246 | 277 |
7º | Gravataí | 84 | 289 | 84 |
8º | Júlio de Castilhos | 82 | 411 | 493 |
9º | Palmeira das Missões | 70 | 247 | 198 |
10º | Erechim | 52 | 220 | 207 |
*Até 31 de agosto
Fonte: RGE
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