Presidente do Bento+20, Milton Milan fala sobre os impactos do coronavírus no planejamento da cidade e ressalta que humanidade sairá mais colaborativa da pandemia
A pandemia do coronavírus se alastrou por todos os continentes, afetando-os em diferentes escalas. Desse balanço, parece ser quase um consenso de que profundas mudanças ocorrerão em escala global após o surto do covid-19 fechar empresas, confinar pessoas e trancar fronteiras. “O mundo vai se tornar outro”, diz o presidente do Bento+20, Milton Milan.
À frente do comitê responsável por pensar a Bento Gonçalves das duas próximas décadas, o engenheiro civil afirma que a pandemia obrigará o Bento+20 a repensar as estratégias para seu masterplan – espécie de carta-magna com sugestões a serem implementadas pelo município em diversas áreas. “O coronavírus vai trazer uma necessidade muito grande de planejar nosso futuro. Com certeza as próximas reuniões das câmaras técnicas serão com uma visão bem diferente da que estamos tendo hoje. Acho que o mundo todo vai mudar e se tornar mais colaborativo, então não adianta pensar só pra Bento Gonçalves, temos que expandir para região, para o Brasil”, analisa.
Se é possível extrair algo positivo dessa pandemia é a capacidade de mobilização da sociedade. Milan, também presidente da Ascon Vinhedos, juntou-se ao CIC-BG e à prefeitura num mutirão para erguer, na UPA, um hospital com 40 leitos emergenciais. Um trabalho de três entidades, mas multiplicado por um sem número de pessoas que aderiu à causa doando materiais de construção, recursos e, sobretudo, vontade de ajudar. “Vamos sair mais unidos disso tudo, vamos conseguir aproximar os setores, agregar conhecimento”, observa.
Para Milan, o exemplo dos leitos de isolamento exemplifica a capacidade solidária das pessoas. “Lá na UPA só existia a casca externa do prédio, estamos fazendo os acabamentos em tempo recorde porque existe um grupo de trabalho voluntário que não deixa faltar nada. O material que se precisa é instantaneamente disponibilizado. Tem gente de Garibaldi e outras cidades querendo participar porque todo mundo percebeu como isso é importante para enfrentarmos esse momento”, analisa.
Formada por quase 30 entidades, o Bento+20 é composto por 10 câmaras técnicas – como segurança, tecnologia, mobilidade urbana, entre outras. Com o coronavírus, o trabalho de conclusão de cada uma delas ficou prejudicado, mas com a possibilidade de adiamento das eleições, Milan espera finalizar o masterplan. No caso de as eleições serem confirmadas, ele acredita que terá em mãos, ao menos, um documento de intenções para entregar aos prefeituráveis.
Certamente, será um texto cuja redação conterá ideias influenciadas pelo surto do coronoavírus. “Talvez as câmaras de educação, saúde e meio ambiente sejam as mais impactadas e tenhamos que aplicar mais recursos para termos um futuro mais planejado na questão de uma epidemia. E isso vai afetar o pensamento da indústria, do comércio e dos serviços, observa: um pequeno vírus microscópico transtorna todas as câmaras técnicas”, avalia Milan.
Fonte e foto: Exata Comunicação
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