Profissionais da região da Serra realizam estudo que compara coronavírus no RS e Portugal

Um estudo realizado por profissionais da região da Serra está chamando a atenção no que se refere ao coronavírus e uma comparação do Rio Grande do Sul com Portugal. O trabalho foi desenvolvido pelo professor de Nova Roma do Sul, Diogo Fávero Pasuch; do médico de Farroupilha, Felipe Krindges e do estatístico de Porto Alegre, Cristiano Sulzbach.

O levantamento comparou populações e territórios, que são semelhantes, além da temperatura, embora divergência entre os pesquisadores, com o resultado de que a partir do caso 100, a taxa de multiplicação da doença entre os gaúchos é de cerca de 20% a menos que dos portugueses.

Leia mais sobre o estudo abaixo:

Esse estudo motiva-se por comparar a evolução do Covid-19 no Rio Grande do Sul com Portugal, pois ambos os locais possuem uma população parecida e tiveram o início do surto em períodos próximos. Com relação a população o Rio Grande do Sul possuí 11.422.973 (onze milhões, quatrocentos e vinte e dois mil, novecentos e setenta e rês), habitantes, em 2020 segundo o IBGE (2020). Portugal possuí 10.276.617 (Dez milhões, duzentos e setenta e seis mil seiscentos e dezessete) habitantes em 2018 segundo o INE (2020).

Com relação a território o RS possui, 281.748 km² e Portugal possuí 92.212 km², logo a densidade populacional do Rio Grande do Sul é de 40,54 habitantes por km², já Portugal possui uma densidade populacional de 111,44 habitantes por km². Importante ressaltar que, não foi analisada a idade média das populações, uma vez que o estudo não aborda os casos de morte por covid–19.

O primeiro caso de Covid – 19 no Rio Grande do Sul ocorreu em 29/02/2020 conforme a Secretaria Estadual de Saúde (2020) e em Portugal foi no dia 03/03/2020 conforme o DGS (Direção Geral de Saúde). Para esse estudo usou-se como referência a data que cada local ultrapassou o centésimo caso, no Rio Grande do Sul foi no dia 18/03/2020 chegando a 107 (cento e sete) casos, já Portugal foi no dia 13/03/2020 quando atingiu 112 (cento e doze casos). Além disso, ambos os governos tomaram medidas de isolamentos, onde no Rio Grande do Sul no dia 19/03/2020 as escolas foram fechadas, já Portugal tomou as medidas no dia 18/03/2020 declarando estado de emergência, sendo as datas próximas.

Sabendo disso tudo, criou-se o gráfico a seguir, no qual é exposto o número de casos do Covid-19, após atingir-se 100 casos. Claramente percebe-se que o Rio Grande do Sul possui uma evolução da doença mais leve se compararmos com Portugal, o que é reconfortante para todos os gaúchos.

Ainda não sabe-se exatamente quais são as razões para esta diferença, algumas hipóteses são: a diferença na densidade populacional das regiões; a proximidade de Portugal com regiões muito afetadas da Europa, como Espanha e Itália; ou a diferença climática, posto que o início da Covid-19 em Portugal foi durante o inverno (temperatura média em março de 9,50 graus Celsius) e no Rio Grande do Sul no verão (temperatura média em março de 21,50 graus Celsius).

Sobre a questão climática existe uma divergência entre pesquisadores. Todavia, para os pesquisadores Jingyuan Wang, Ke Tang, Kai Feng e Weifeng Lv (2020) existe uma relação em que o aumento de 1 grau celsius baixa a multiplicação da doença em 0,0225; ou seja, se uma pessoa passar em média a doença para duas outras pessoas, ao aumentarmos a temperatura em 10 graus essa pessoa só transmitiria em média a doença para 1,775 pessoas.

Ao analisar a taxa de novos casos, a partir do caso 100, no Rio Grande do Sul e em Portugal percebe-se que a taxa de multiplicação diária da doença entre os gaúchos é em torno de uns 20% (vinte por cento) a menos que os portugueses (apesar de não ser um cálculo direto com o número de novos contágios, que cada pessoa causa, mostra que existe uma relação com este número), lembrando que neste período a temperatura no Rio Grande do Sul foi em torno de 12 graus celsius a mais.

Com isso, apesar desta hipótese ainda não ser consenso na comunidade científica, fica o alerta para redobrarmos o cuidado no estado, pois logo estaremos passando pela transição climática, onde historicamente o mês de maio já iniciará um período mais frio, dessa forma podemos esperar um aumento no número de casos se não tomarmos as medidas necessárias. O gráfico também mostra que o vírus não circulou ainda, e poderá circular no inverno em uma segunda onda.

Referencias:

http://ti.saude.rs.gov.br/covid19/
www.ine.pt
www.ibge.gov.br
www.inmet.gov.br
www.ipma.pt
www.dgs.pt
www.portugal.gov.br
www.pge.rs.gov.br

*trecho extraído do estudo.

 

Fonte: Central de Jornalismo da Difusora

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