No último dia do mês de março, veio o discurso mais forte e alarmante da médica infectologista do Hospital Tacchini, dra. Nicole Golin, com relação ao quadro de coronavírus em Bento Gonçalves. A médica, que relata diariamente a situação do vírus no município em suas transmissões na página do hospital na rede social Facebook, foi enfática em todos os pontos destacados durante os cerca de 26 minutos de transmissão.
Segundo ela o município já entrou na chamada curva de ascendência, com os números “cada dia piores” e um dos principais fatores é o aumento da circulação de pessoas nas ruas. “Isso reflete diretamente nos números que a gente tem”, afirmou a médica.
Nicole destacou que são 14 casos suspeitos, sendo seis pacientes internados na UTI do hospital, com idades entre 42 e 84 anos, contrariando a ideia de que a faixa etária do grupo de risco inicia após os 60 anos, por exemplo, lembrando que o município conta hoje com nove casos confirmados de coronavírus.
Nicole citou como exemplo o colapso que já se encontra o estado de São Paulo, onde familiares não tem permissão nem ao menos de velar seus entes queridos mortos por coronavírus, e foi direta ao afirmar que “Isso é o inicio do nosso fim”, ao defender a volta gradual, aos poucos e programada, das atividades econômicas,
“Tecnicamente, não pode voltar todo mundo junto, se definirem que são as indústrias que voltam, elas tem que ter regras pra voltar. Tem como voltar a atividade econômica, mas tem de ser de uma forma regrada e ordenada, não é momento de voltar academia, salão de beleza, entretenimento, bar, boate, desculpa mas não é, tem gente que não vai gostar de escutar isso, mas nada do que possam me dizer hoje vai ser mais pesado do que escutar que tem de proibir as famílias a ficarem perto de seus entes em caso de morte, por conta do risco que traz o vírus, nada”, declarou
Um exemplo da complexidade do momento foi dado pela médica quando citou a atual situação do primeiro paciente confirmado com o coronavírus no município, “ele está tão grave que se agente tentar mexer ele pra trocar de leito ele morre”.
Segundo a médica, sem os testes rápidos os números são defasados no momento, “nós ainda não temos mais (casos) por um motivo muito simples, e foi por isso que aconteceu de uma dia a gente passar de um número baixo para um número muito alto, é quando os exames chegam, e eles estão muito demorados pra vir. Nós temos pelos menos 23 exames para vir que podem ser todos positivos e a gente saltar de nove para trinta casos”.
Ela corroborou os números divulgados na tarde de terça, pelo informativo do Comitê de Atenção ao Coronavírus e repercutidos pela Rádio Difusora, com relação aos mais de 200 pacientes monitorados com sintomas da infecção. Outro ponto polêmico do pronunciamento da médica foi o fato de ela citar que o município vai sim registrar mortes por COVID-19, “a gente vai ter mortes realmente, pra entender o que tá acontecendo, vai ter que se conformar que é isso, vai ter que começar a morrer gente e nós vamos nos preocupar onde acomodar esses corpos e se a funerárias vão ter como comportar isso”, finalizou.
Fonte: Central de Jornalismo Difusora
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