Esquemas de pirâmide (55%) lideram as ocorrências. 62% ainda não recuperaram o dinheiro perdido
A promessa de investimentos com retorno financeiro muito acima da média pode levar investidores menos cuidadosos a optar por modalidades que, na prática, acabam se revelando fraudulentas. É o que revela a pesquisa “Fraudes em Investimentos no Brasil”, conduzida pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Os dados mostram que 11% dos internautas brasileiros afirmam já terem perdido dinheiro em esquemas fraudulentos.
As principais ocorrências se deram em esquemas de pirâmide (55%), golpe de seguradora, onde supostamente o investidor receberia uma determinada quantia mediante pagamento de taxas e/ou despesas (19%) e golpe das ações ou fundos antigos de aposentadoria esquecidos, com exigência de pagamento antecipado de supostas taxas e/ou despesas (16%).
“Pirâmide financeira, falsos fundos e fraudes envolvendo investimentos sempre começam com a promessa de altos ganhos de dinheiro rápido e fácil. E esses ganhos costumam ser bem acima da média das aplicações e investimentos tradicionais. Em todos os casos, três fatores costumam andar juntos: o excesso de confiança, a ganância ou a ingenuidade do investidor, aliada à negligência para checar a veracidade das informações, o que acaba facilitando a ação dos fraudadores”, comenta o presidente da CNDL, José Cesar da Costa.
Promessa de alta taxa de rendimento é principal motivo destacado por investidores vítimas de fraude. 62% dos entrevistados ainda não recuperaram dinheiro perdido
Dentre os benefícios apresentados ao investidor, 44% dos entrevistados afirmaram que foram influenciados pela promessa de alta taxa de rendimento, 36% disseram que foram persuadidos pelo fato de não ser necessário entender de investimento e 32% destacaram o baixo risco apresentado pelo investimento oferecido. A venda foi realizada principalmente por um consultor autônomo não registrado ou licenciado (43%), amigo ou parente (29%) ou por membro de um grupo ou organização a qual pertence (26%).
Já entre as principais ocorrências que resultaram na perda do dinheiro investido, 29% informaram ter tido prejuízo após garantia de alta rentabilidade logo no início do investimento, 24% alegaram que o responsável desapareceu com o dinheiro investido e 19% que na data pré-determinada, o dinheiro não estava disponível para saque.
O estudo comprova o alto risco de perda financeira ao aderir a um investimento fraudulento, pois seis em cada dez entrevistados afirmam não ter recuperado os valores perdidos na fraude (62%), sendo que 35% já desistiram de receber e 27% ainda têm essa esperança. Em contrapartida, 38% conseguiram reaver valores perdidos. Nesse caso, 18% resgataram com prejuízo, 8% foram ressarcidos pela empresa/ consultor através de acordo não-judicial e 6% foram ressarcidos pela empresa/consultor através de processo judicial.
Maioria tomou conhecimento de suposto investimento pela internet
De acordo com os entrevistados, a maioria tomou conhecimento dos investimentos, principalmente, pelos anúncios na internet (36%). Enquanto 34% afirmaram que foi por indicação de parentes e amigos, 16% disseram que foi por informes recebidos por e-mail e 16% por recomendação de um profissional/consultoria contratado.
“É fundamental verificar a procedência de corretoras, bancos e agências de investimento, se a instituição está registrada junto a CVM, além de consultar o Banco Central e a B3”, destaca Costa.
Metodologia
A pesquisa ouviu 917 pessoas residentes em todas as capitais do país, homens e mulheres, com idade igual ou maior a 18 anos, das classes econômicas A/B/C (excluindo analfabetos). Os dados foram levantados em uma pesquisa conduzida pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
PP 4.0 – Com investimento total de R$ 3,7 milhões ao longo de dois anos, o projeto prevê três tipos de eventos que irão percorrer todas as regiões do país. São encontros com objetivo de qualificar lideranças para ações de Relações Institucionais e Governamentais (RIG) com foco no estímulo às articulações locais; encontros para fomento ao desenvolvimento local e regional por meio da articulação das lideranças do varejo e elaboração de propostas de Políticas Públicas; e encontros para mobilização empresarial para debater fundamentos essenciais ao desenvolvimento sustentável de negócios e empresas. Ao longo do período do convênio, serão realizados 36 encontros, 12 de cada tipo.
Os fóruns são conduzidos por especialistas em cada tema a fim de estimular o debate e a consolidação de fundamentos essenciais aos líderes do setor de comércio e serviços, como protagonismo, ética e associativismo. Também serão promovidos 12 estudos e pesquisas com objetivo de embasar a formulação de políticas públicas com foco nas micro e pequenas empresas do setor. Além disso, será desenvolvida uma plataforma digital de articulação política – um sistema online inédito no Brasil que permitirá acompanhar projetos, estruturar demandas e ao mesmo tempo mobilizar lideranças e conectar atores públicos e privados.
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