Mais dois casos de sarampo foram confirmados nesta semana no Rio Grande do Sul, passando a nove o total já registrado no Estado no ano. Ambos são em residentes de Porto Alegre. As medidas de bloqueio, com a vacinação de contatos próximos, já foram realizadas. Todos os casos no Estado têm histórico de viagem a locais com circulação do vírus (São Paulo ou Europa) ou vinculação a esses, por isso são considerados importados. No país, já são mais de 4,5 mil casos registrados somente nos últimos 90 dias, quase 4,4 mil concentrados no Estado de São Paulo.
Os dois novos são uma mulher de 67 anos que esteve em contato com caso confirmado de sarampo durante viagem à Itália. O outro foi de um homem de 36 anos, que teve contato com um dos confirmados previamente no RS. Das outras sete confirmações, seis são residentes da Capital e uma é morador de Dois Irmãos.
Sarampo é uma doença infecciosa grave, causada por um vírus. Sua transmissão ocorre quando o doente tosse, fala, espirra ou respira próximo de outras pessoas. Qualquer indivíduo que apresentar febre e manchas no corpo (exantemas) acompanhado de tosse, coriza ou conjuntivite deve procurar os serviços de saúde para a investigação, principalmente aqueles que estiveram nos 30 dias anteriores em viagem a locais com circulação do vírus. Casos suspeitos devem ser informados imediatamente às secretarias municipais de saúde ou para o Disque Vigilância, pelo número 150.
A mais efetiva forma de prevenção é a vacinação. Para ser considerada vacinada, a pessoa precisa ter o registro em caderneta de vacinação conforme esquema vacinal. A rede pública de saúde disponibiliza gratuitamente vacinas com componente sarampo (Dupla Viral/Tríplice Viral/ Tetra Viral) à população de 6 meses a 49 anos de idade e para profissionais de saúde e demais pessoas envolvidas na assistência à saúde hospitalar.
São consideradas vacinadas:
– Pessoas de 12 meses a 29 anos que comprovem duas doses de vacina com componente sarampo;
– Pessoas de 30 a 49 anos que comprovem uma dose de vacina com componente sarampo;
– Profissionais de saúde, independentemente da idade, que comprovem duas doses de vacina tríplice viral.
Dose zero
Uma das ações para o enfrentamento ao surto do sarampo no país é a vacinação das crianças de 6 a 11 meses. O objetivo é intensificar a vacinação desse público-alvo, que é mais suscetível a casos graves e óbitos. No Rio Grande do Sul, são cerca de 70 mil crianças dentro da faixa etária. A medida preventiva indica a aplicação como uma “dose zero”, já que ela não substitui a primeira dose contra o sarampo no Calendário Básico Infantil, dada aos 12 meses de idade com a vacina tríplice viral (que também protege contra a rubéola e a caxumba). A proteção é completada aos 15 meses com a tetra viral (que previne ainda contra a varicela, também conhecida como catapora).
Esta vacinação de rotina das crianças deve ser mantida independentemente da criança ter tomado a “dose zero”. A medida deve permanecer enquanto o país não interromper a transmissão do vírus, que seria permanecer 90 dias sem novos casos.
Histórico do sarampo no RS:
2019: 9 casos (até 27/9)
2018: 47 casos
2012-2017: sem casos registrados
2011: 8 casos
2010: 7 casos
1999: último caso autóctone do RS
Há 20 anos o Rio Grande do Sul não registra casos autóctones de sarampo. Depois de 1999, todos as confirmações são referentes a pessoas que pegaram a doença em viagem ao exterior ou a outros Estados ou que tinham ligação com essas. Por isso, as cadeias de transmissão são consideradas importadas.
Sarampo no Brasil
O Brasil já registrou no ano 5,3 mil casos de sarampo, sendo 4,5 mil somente nos últimos 90 dias. São Paulo (com 4.374) é responsável por 97% dos casos no país. Os 3% restantes estão distribuídos nos Estados de Pernambuco (22), Rio de Janeiro (22), Minas Gerais (22), Paraná (13), Santa Catarina (12), Ceará (5), Paraíba (5), Maranhão (4), Rio Grande do Norte (4), Goiás (4), Distrito Federal (3), Pará (3), Piauí (2), Mato Grosso do Sul (2), Sergipe (1), Bahia (1), Espírito Santo (1), além dos nove do RS.
Texto: Ascom SES
Edição: Patrícia Specht/Secom
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