Levantamento da FEBRABAN – Federação Brasileira de Bancos – revela que ocorreram 57 assaltos e tentativas de assaltos a agências no país nos seis primeiros meses deste ano, ante 79 ocorrências no mesmo período de 2018; no ano 2000 foram registrados 1.903 casos
Após quase duas décadas de maciços investimentos em ações de prevenção e combate aos assaltos em agências bancárias, levantamento feito pela FEBRABAN – Federação Brasileira de Bancos com 17 instituições financeiras, que respondem por mais de 90% do mercado bancário, revela que no primeiro semestre deste ano ocorreram 57 assaltos e tentativas de assaltos a agências no Brasil, uma redução de 28% ante o mesmo período do ano passado, quando foram registradas 79 ocorrências.
Ao longo de 2018 foram realizados 171 assaltos e tentativas de assaltos a agências, total 21% menor do que 2017 (217), 49,5% menor do que em 2016 (339) e muito inferior ao ano 2000, quando houve 1.903 casos. A redução expressiva se deve ao aprimoramento do processo de combate a esse tipo de crime, que inclui desde o melhor uso dos recursos de segurança, melhorias de procedimentos, gerenciamento de risco, e, principalmente, devido às ações da polícia contra quadrilhas de criminosos.
“Para viabilizar essas ações, têm sido determinantes os investimentos dos bancos em segurança, que somam R$ 9 bilhões ao ano, e as ações de inteligência da polícia, que contam com a colaboração das instituições financeiras, possibilitando a prisão dos criminosos”, afirma Pedro Oscar Viotto, diretor setorial de Segurança Bancária da FEBRABAN.
Dentro do montante de R$ 9 bilhões estão investimentos de segurança que incluem sistema de capturas de imagens, câmeras de visão noturna, câmeras analíticas de análise facial, sensores, câmeras externas e reforço físico. Os grandes bancos também contam com centrais que monitoram as agências em tempo real, no esquema 24/7 (24 horas por dia, 7 dias da semana), e, no caso de alguma ocorrência, a Polícia Militar é acionada.
O mais recente exemplo de cooperação entre os bancos e as autoridades ocorreu com a criação de um sistema para compartilhamento de imagens das câmeras de segurança das agências com as autoridades policiais. A ferramenta foi criada para agilizar o processo de solicitação e entrega das filmagens pelo sistema de CFTV das agências bancárias. A execução do projeto começou no último dia 31 de julho, com a assinatura de um acordo de cooperação entre a Federação e a Polícia Militar mineira.
A ferramenta desenvolvida pela FEBRABAN é uma espécie de portal, por meio do qual será possível solicitar e receber as imagens das câmeras de segurança das agências bancárias. Tudo de forma centralizada. Como o sistema conecta a PM às centrais de segurança dos bancos, ele elimina os intermediários e a necessidade de deslocamento de um policial até a agência para fazer o pedido das filmagens, o que agiliza o processo, de forma significativa.
As instituições financeiras também contam ainda com 68 mil vigilantes profissionais, uma média de três profissionais por agência bancária. Os serviços de segurança são fornecidos por empresas especializadas com autorização de funcionamento expedida pelo Departamento de Polícia Federal, em conformidade com a lei 7.102/83.
Tecnologia e canais digitais
A tecnologia também é uma grande aliada dos bancos no combate a ações criminosas. No ano passado, os bancos investiram R$ 19,6 bilhões em TI, um aumento de 3% em relação a 2017. Foram quase 79 bilhões de transações realizadas, sendo 31 bilhões pelo mobile banking, e 16,2 bilhões pelo internet banking. Ainda foram abertas 2,5 milhões de contas pelos smartphones, e 434 mil contas por internet banking.
O cliente também está pagando cada vez mais suas contas e fazendo suas transferências pelos canais digitais. No ano passado, os aplicativos dos bancos tornaram-se o canal preferido dos brasileiros para estas operações e 2,5 bilhões de pagamentos de contas e transferências, incluindo DOC e TED, foram realizadas por este canal, inclusive para a transferência financeira. “A tecnologia permite que os bancos desenvolvam produtos e serviços que reduzem a necessidade de saques e manuseio de dinheiro nas agências, uma ferramenta importante no combate a crimes contra as instituições financeiras”, afirma Viotto.
Caixas eletrônicos
Desde quando foram implantados nos anos 1980, os caixas eletrônicos são alvos de criminosos que desenvolvem técnicas para acesso ao equipamento e retirada do dinheiro, levando a indústria a aperfeiçoá-los constantemente.
Com o tempo, os terminais tornaram-se bastante robustos. Também foram adotadas medidas preventivas para contribuir com a redução dos assaltos, tais como instalação de cofres com dispositivo de tempo, ampliação dos sensores de alarmes e das centrais de monitoramento de alarmes, com a instalação de novos softwares de acompanhamento em tempo real das movimentações nas salas de autoatendimento e a instalação de novos circuitos de imagens digitais.
Os bancos também registraram redução de 43% no número de ataques a caixas eletrônicos no país entre janeiro e maio deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. Para Walter Faria, diretor-adjunto de Operações da FEBRABAN, parte desta redução é decorrente de ações empreendidas pelos órgãos de segurança Estaduais e Federais e Exército, e parte se deu em função da instalação dos dispositivos de entintamento das notas pela rede bancária.
A medida faz parte do compromisso dos bancos de combater a esse tipo de crime, e adequar-se à nova legislação. A lei 13.654, de abril de 2018, introduziu importantes alterações no Código Penal, com o objetivo de reprimir furto de caixas eletrônicos, ao criar novas qualificações no caso de emprego de explosivo, além de alterar a Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983, determinando que as instituições financeiras instalem equipamentos capazes de inutilizar cédulas de moeda corrente.
Dispositivos com tinta especial colorida que inutilizam cédulas nos casos de ataques a caixas eletrônicos (ATMs) já foram instalados pelos bancos, até o último mês de maio, em 75,6% dos ATMs instalados em municípios brasileiros com até 50 mil habitantes. Nas cidades entre 50 mil e 500 mil habitantes, 30% dos ATMs já têm a tecnologia do entintamento. Já, nos munícipios com mais de 500 mil habitantes, 29% do parque de caixas eletrônicos contam atualmente com os dispositivos de tinta especial. O prazo para cobrir 100% do parque de ATMs em todo o país varia entre novembro deste ano até abril de 2021.
O sistema financeiro está priorizando a instalação de tinta especial nos ATMs em locais onde ocorrem as maiores incidências de ataques a caixas eletrônicos, para trazer a segurança necessária a estas cidades e sua população. “Nossa expectativa é ter a tecnologia do entintamento instalada em todo o parque de ATMs do país antes mesmo do prazo final”, afirma Viotto.
Fonte: FEBRABAN – Federação Brasileira de Bancos
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