Mais longeva entidade em operação em Bento Gonçalves, o Centro da Indústria, Comércio e Serviços (CIC-BG) celebra, em junho, a chegada aos 105 anos de idade, exibindo o mesmo vigor de quando foi criada, no longínquo ano de 1914. Se há um fator que se manteve incólume neste meio tempo foi o caráter associativo do CIC-BG para combater os problemas que atravancam o desenvolvimento do município. E, passado mais de um século, eles não são, assim, tão distintos daqueles que assolavam a comunidade na década de 1910.
A alta carga tributária e a falta de infraestrutura ainda são, como foram no passado, bandeiras que constituem a essência da entidade: a união de lideranças empresariais para elevar o patamar de crescimento de Bento Gonçalves. “O que todos os dias fizemos aqui é dar continuidade à luta iniciada há mais de um século para que o setor produtivo tenha melhores condições de se desenvolver, reunindo nossos associados e promovendo debates. Essa união da classe empresarial mostrou, ao longo dos anos, que se ela não existisse, Bento seria muito menor do que é hoje”, avalia o presidente da entidade, Elton Paulo Gialdi.
Gialdi refere-se às conquistas que tiveram o CIC-BG como protagonista ou parceiro de ações em prol do desenvolvimento da cidade – e não só no campo econômico, mas também nas áreas sociais e culturais. E foram várias desde o surgimento da associação, nascida em encontros numa época em que as decisões políticas gravitavam no Clube Aliança – então instalado na Praça Centenário, hoje Praça Walter Galassi. Sua concepção encontrou ressonância na necessidade de desenvolver a cidade.
O município já tinha um certo reconhecimento por sua produção vinícola, mas se encontrava isolado dos principais centros urbanos. Os altos tributos e as precárias condições de infraestrutura para escoar a produção motivaram a criação do CIC-BG na busca de tais soluções. Ampliar o ramal ferroviário a partir de Carlos Barbosa constituiu-se no motivo central da criação da entidade, nascida como Associação Comercial de Bento Gonçalves.
Esse sonho que oportunizou uma nova era de desenvolvimento para a cidade se tornaria realidade cinco anos após sua criação, com a inauguração do trecho entre as duas cidades, em 10 de agosto de 1919. A atuação política da entidade continuou – e segue firme – ao longo dos anos. Foram inúmeras intercessões junto a governos para solicitar redução de impostos, extinguir burocracias alfandegárias e cobrar aberturas e melhorias de estradas.
A qualificação profissional, numa cidade com alta vocação industrial e turística, também sempre fez parte da ideologia da entidade. Lutou pela continuação da pavimentação asfáltica da estrada Júlio de Castilhos – atual RSC-453 – até Farroupilha e a abertura da Estrada São Vendelino – ERS-446 / BR-470, além da implantação da Escola Superior de Enologia. Doou terreno para a construção do Senac e intermediou a instalação do Batalhão de Policiamento de Áreas Turísticas. Teve papel decisivo na criação de uma central de resíduos – base da Fundação Proamb –, no surgimento do Campus Universitário da Região dos Vinhedos (Carvi) e na reativação de parte da estrada ferroviária da região para o passeio da Maria Fumaça.
Sua atuação foi importante para a vinda do Centro Esportivo José Fasolo, e o CIC-BG também trabalhou para criar o Instituto de Planejamento Urbano e para transferir a gestão do Parque de Eventos da prefeitura para a Fundaparque, além de assumir a ExpoBento, lançada pela prefeitura em 1991 e, desde 1994, um produto com a marca CIC-BG. Aliás, o nome Centro da Indústria e Comércio – o Serviços seria incorporado a partir de 1998 – foi adotado oficialmente em 1981. Naquele ano, a Associação Comercial fundiu-se ao Centro da Indústria Fabril, criado nos anos 1960, dando origem ao uma única instituição, o CIC-BG. Uma grande conquista particular para a entidade, mas significativa para toda a cidade, foi a inauguração da própria sede, um sonho acalentado por gerações e gerações que se concretizou em novembro de 2017. A mais recente façanha, anunciada no final do ano passado, foi a retomada da Fenavinho, após oito longos anos sem a mais querida e popular festa da cidade.
São ações comunitárias que têm criado um vínculo com a sociedade tão sólido quanto a trajetória secular do CIC-BG, que segue com espírito combativo renovado para continuar a fazer de Bento Gonçalves um município cada vez mais pujante.
Bandeiras em prol do desenvolvimento
É evidente o engajamento do CIC-BG em causas diretamente relacionadas ao mote do desenvolvimento. A entidade tem sido assertiva no questionamento para com o Governo do Estado acerca de questões de infraestrutura, pleiteando principalmente investimentos em rodovias, como a duplicação do trecho entre Farroupilha e Garibaldi da RSC 453, e a concessão de pedágio para duplicação da ERS-446 / BR-470, entre São Vendelino e Carlos Barbosa, por exemplo.
“Temos sido muito questionadores, cobrando com efetividade que se tenha um olhar muito atencioso para a região quanto a infraestrutura. Estamos pleiteando questões fundamentais para o empresariado e comunidade. Necessitamos de condições para nos desenvolvermos ainda mais como sociedade município e região”, cita o presidente da atual gestão, Elton Paulo Gialdi, ao recordar o recente ciclo de reuniões, fóruns e encontros temáticos sobre o assunto. Outra mobilização forte é a reivindicação pela redução de impostos e desburocratização tributária.
Fonte: CIC/BG
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