Marcela ou Macela, algumas dúvidas já começam por aí!
Trata-se de um arbusto (Achyrocline satureioides) de aproximadamente um metro de altura da flora brasileira e os dois nomes estão corretos. Durante o outono (entre março a maio) aparecem as flores amarelas em forma de cachos e coincide com o período de páscoa.
Tradicionalmente no Rio Grande do Sul, a preferência da colheita é na sexta-feira santa, inclusive, a planta é considerada um dos símbolos oficiais do Estado (Lei 11.858/2002).
A explicação da tradição de sua colheita na Sexta-Feira Santa, antes do nascer do sol, é de que, segundo se acredita, ela teria mais eficiência ao chá das flores.
O agricultor Celso de Lima Correa afirma que tem o costume de colher o medicamento antes do pôr do sol.
Por outro lado, a dona Henriqueta dos Santos lembra que desde pequena colhe a macela.
Ela é uma planta, cuja flor tem um aroma agradável e a sua infusão, ou das folhas, têm com principal efeito, a cura de cólicas, problemas estomacais. E se afirma também que ela alivia dores de cabeça.
O jovem Carlos dos Santos, neto da dona Henriqueta, disse que procura sempre tomar um chazinho de marcela quando passa mal.
A dona de casa Eneida Badejo traz em sua recordação aquilo que os antigos, seus antepassados falavam a respeito da planta.
Rogério da Veiga é agricultor e tradicionalmente vende macela nessa época do ano.
Já o religioso Valter Girelli, faz questão de enfatizar que a colheita é um gesto de amor a natureza e serve para expressar o sentimento, principalmente da religião.
O empresário Marcos Augusto Oliveira espera que a tradição seja mantida por muitos anos, já que a planta traz muitos benefícios.
Segundo a vendedora Carla Sampaio, a colheita da marcela sempre fez parte de sua vida, e agora seus filhos já despertam o interesse pelo costume.
A planta nativa símbolo do Rio Grande do Sul, tem diminuído muito de um ano para o outro, sendo um dos fatores a questão dos agrotóxicos nas lavouras, mas muito se deve ao fato da planta não ser cultivada.
As pessoas devem ter a preocupação de não arrancar o pé inteiro. Uma alternativa para o problema seria recolher as sementes que ficam no fundo do pacote ou do vidro onde se guardam as flores, e jogá-las na terra no período de setembro a outubro.
Uma dica é não enterrar muito as sementes, já que a planta necessita de bastante sol. Outro cuidado que se deve ter é em relação à origem da marcela. As plantas colhidas na beira da estrada possuem muito monóxido de carbono liberado pelos veículos e isso estará inserido nos princípios ativos da planta.
Portanto, deve-se evitar colher marcela nessas condições. Para quem vai comprar a planta, vale perguntar sobre a procedência do produto, para que se tenha a segurança e a ação esperada.
Fonte: Central de Jornalismo da Rádio Difusora
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