Boas práticas de gestão na produção de leite são replicadas entre agricultores da Serra

Os produtores de leite de Fagundes Varela, na serra gaúcha, são uma referência do Programa Gestão Sustentável para o Estado. Desde o início do programa, executado pela Emater, conveniada da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) 15 produtores de leite com propriedades entre cinco e 21 hectares começaram a desenvolver melhorias no manejo nutricional e maior uso das pastagens, reduzindo custos e aumentando a produtividade. Em alguns casos, os custos caíram de 50% a 70%. E o custo de produção de um litro de leite passou, em média, de R$ 0,97 para R$ 0,64.

“Os produtores devem mudar suas práticas e seguir o caminho da redução de gastos e aumento da produtividade”, afirma o secretário Covatti Filho. Isso é possível sem aumentar a área ou o plantel, só modificando algumas práticas. Nesta semana, 20 produtores viajaram 50 quilômetros para visitar quatro propriedades de Fagundes Varela. Lá, viram que as chaves para o sucesso estão na melhoria nas pastagens, com redução da compra de silagem e ração, e alimentação mais balanceada, garantindo maior produtividade.
Planos para cada propriedade

“A troca de experiências entre produtores que vivem a mesma realidade é muito importante, porque mostra a quem está começando o processo que é possível fazer diferente, que tem um caminho que vai gerar mais renda para a propriedade e garantir a permanência dos agricultores no campo e nesta atividade”, analisa o agrônomo da Emater Leandro Ebert.

O programa Gestão Sustentável faz um diagnóstico econômico, social e ambiental e desenvolve planos de gestão para cada propriedade rural. A iniciativa começou a ser desenvolvida em 2016 e já elaborou 15 mil planos de gestão em todo o Estado, que já conta com 998 unidades de referência tecnológica. A meta é sensibilizar 40 mil agricultores até o final do ano e implantar 20 mil planos de gestão.

Exemplo de sucesso

Uma das unidades visitadas em Fagundes Varela teve incremento de 33% na sua produção, ou 35 mil litros a mais a cada ano. A produção anual era de 108.282, em 2016, e saltou para 144.052 mil litros, em 2018. Já a renda mensal cresceu 55% em dois anos, passando de R$ 4.164,19, em 2016, para R$ 6.465,46, em 2018.

Leandro Ebert afirma que o maior desafio foi garantir que a produção de leite era viável mesmo em pequenas propriedades. Com um custo de produção muito alto, em média de R$ 1,10/litro e o pagamento de R$ 1,08/litro a margem de lucro era muito pequena e não incentivava a permanência na atividade. Com essas mudanças nas pastagens e na alimentação, famílias jovens conseguiram permanecer no campo, garantindo a sucessão rural.

 

Fonte: Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural

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