Estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) trabalham para criar um novo método para diminuir o impacto negativo causado por agrotóxicos. A ideia é desenvolver um filtro-boia que contém bactérias modificadas para quebrar a molécula do glifosato. A água entra contaminada e sai com uma quantidade reduzida do agrotóxico mais utilizado no Brasil, segundo dados do IBAMA de 2014.
Os pesquisadores dos cursos de Biotecnologia, Biologia, Design de Produto e Engenharia Física desenvolvem o projeto desde outubro do ano passado. Ele está em fase inicial e é dividido em duas partes: a modificação das bactérias e o hardware.
O estudante do terceiro semestre do curso de Biotecnologia da UFRGS, Angelo Luiz Angonezi, de 18 anos, faz parte do grupo. Angonezi é natural de Carlos Barbosa e participou da programação da Rádio Difusora. Ele contou que todos estão empanhados no projeto para participar do IGEM, Internacional Genetically Engineered Machine Competition, que é a maior competição de Biologia Sintética do mundo.
O grupo pede o apoio da comunidade regional através da doação de qualquer valor em dinheiro, por meio de uma “vaquinha” online (link no final da matéria). O objetivo é conseguir o valor total até o dia 20 de março. Se a inscrição se concretizar, eles serão a primeira equipe gaúcha a participar da disputa.
Bactérias
A bactéria utilizada pelos alunos é uma variação da Escherichia coli (E. coli), comum no intestino humano. Um dos nutrientes essenciais para a sobrevivência da bactéria é o fósforo, retirado do ambiente em que está inserida. O objetivo dos pesquisadores é modificar a E. coli para que ela consuma o fósforo contido na molécula de glifosato, deixando de lado outras fontes possíveis.
Ao perder o fosfato (união de um átomo de fósforo e quatro de oxigênio) a molécula é quebrada em nitrogênio, oxigênio e hidrogênio, elementos que também podem servir como nutrientes para as bactérias.
Como as bactérias que estão dentro do filtro também são corpos estranhos ao ambiente do rio ou lago, os pesquisadores planejam incluir um controle biológico no DNA desses organismos, que fará com que eles morram antes de entrar em contato com o ecossistema.
O segundo grupo envolvido no projeto trabalha no desenvolvimento do hardware, a estrutura física que vai conter a bactéria. Ela vai funcionar como um filtro em que a água será conduzida até um compartimento onde estarão as bactérias. Antes de voltar para o rio, a água passa por outros compartimentos que vão impedir que as bactérias cheguem ao meio ambiente, e caso cheguem, sejam inativadas, impedindo que se proliferem e possam causar qualquer distúrbio naquele ecossistema.
O Glifosato
O nome comercial do agrotóxico que tem como princípio ativo o glifosato é Roundup. Comercializado pela Monsanto, é o campeão de vendas no Brasil e no mundo. O Roundup representa um terço de todas as vendas de agrotóxico no Brasil em 2017. Para matar ervas daninhas, o glifosato atua inibindo uma enzima importante para o desenvolvimento das plantas. Para que não prejudique a plantação é preciso, também, comprar sementes modificadas, imunes ao composto.
Quando chove, parte do glifosato das plantações pode ser transportado pela água até rios e lagos, em um processo chamado lixiviação. No Brasil, a lei permite que a concentração de glifosato nas águas seja até 5 mil vezes maior que em países da União Europeia.
No ambiente aquático, o glifosato pode causar mutações em peixes, super reprodução de algumas espécies de caramujo e deformações físicas em anfíbios. Essa água contaminada também pode chegar ao consumo humano. ”
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Ouça a participação do estudante na programação da Rádio Difusora:
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