A Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgou recentemente a Pesquisa CNT Perfil dos Caminhoneiros 2019, com informações gerais sobre o profissional e a sua atividade. Foram entrevistados 1.066 caminhoneiros (autônomos e empregados de frota), de 28 de agosto a 21 de setembro de 2018.
A pesquisa revelou que a média de idade dos motoristas é de 44,8 anos e a renda mensal líquida média é de R$ 4,6 mil, sendo que caminhoneiros autônomos ganham R$ 5 mil e caminhoneiros empregados de frota, R$ 3,7 mil. Em média, os entrevistados estão na profissão há 18,8 anos.
Conforme o diretor executivo da CNT, Bruno Batista de Barros Martins, a Pesquisa deixa clara a realidade enfrentada pelos profissionais nas rodovias. “Renda mensal baixa, insegurança e o elevado preço do combustível são os grandes problemas. Segundo ele, os dados também comprovam a importância do Sest Senat, que oferece qualificação profissional e atendimento em odontologia, fisioterapia, nutrição e psicologia. São serviços gratuitos, prestados em todos os estados do Brasil, que garantem a empregabilidade e melhor qualidade de vida aos caminhoneiros”, afirma.
A reportagem da Rádio Difusora conversou também com o caminhoneiro Vitório Manica. Natural do município de Garibaldi, ele confirma essa realidade: “A coisa nunca foi fácil. A tabela de frete está indo por água abaixo. Hoje temos dificuldade em tudo, pedágios e estradas ruins. Adquirir os caminhões ficou muito mais difícil, os juros estão altos. O transporte está se direcionando para grandes grupos, para grandes economias, principalmente o a granel, como o milho, a soja e o adubo, então tá complicado. Esperamos que entre as melhorias de 2019, estejam as condições de trabalho e de ganho para o pequeno transportador também”, disse.
Greve dos caminhoneiros
Sobre a greve dos caminhoneiros de 2018, 65,3% dos entrevistados afirmam ter participado da paralisação; 64,4% afirmam que foram informados via WhatsApp sobre os rumos da paralisação e 74,7% que conheciam a pauta de reivindicações. Para 56,0%, as conquistas do movimento não foram satisfatórias.
Reivindicações e entraves
Entre as reivindicações que os caminhoneiros entrevistados consideram importantes, estão: redução do preço do combustível, apontada por 51,3%; mais segurança nas rodovias (38,3%); juros mais baixos para o financiamento de veículos (27,4%); e aumento do valor do frete (26,2). Já os principais entraves para a profissão foram apontados na seguinte ordem: assaltos e roubos (64,6%); custo do combustível (35,9%); e valor do frete (27,4%).
Transporte de Cargas
Para 62,9% dos caminhoneiros entrevistados houve diminuição de demanda no transporte de cargas em 2018. Destes entrevistados, 62,1% alegam que o principal motivo foi a crise econômica e 20,3% que o motivo foi custo do frete.
Saúde
Quando o assunto é saúde, 38,1% dos autônomos disseram que procuram profissionais de saúde para prevenção. Já entre os empregados de frota, esse índice chega a 51,8% dos profissionais; 20,3% dos caminhoneiros utilizam regularmente algum tipo de medicamento controlado por indicação médica. Destes, 56,4% utilizam remédio para hipertensão e 18,0% para problemas relacionado ao diabetes; 43,0% dos profissionais não praticam qualquer atividade física.
(Fonte: Airton Ferreira/Central de Jornalismo da Rádio Difusora)
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