O vice-presidente, o general da reserva Hamilton Mourão, assumirá a presidência da República interinamente por aproximadamente quatro dias dentro de duas semanas e por mais cinco dias na virada do mês. Será a primeira vez em 34 anos, que um general volta a comandar o país desde o fim do mandato de João Figueiredo, que deixou o Planalto em 1985.
A interinidade é normalmente exercida de forma discreta pelo vice-presidente, que apenas assina atos em comum acordo com o titular e sob orientação da Casa Civil. Mourão, no entanto, desde a campanha tem marcado posição pessoal sobre assuntos de governo de forma a individualizar sua atuação, passando longe de ser um “vice decorativo”.
Em sua primeira ausência do país, Jair Bolsonaro viajará a Davos, na Suíça, para participar do Fórum Econômico Mundial, onde discursará, ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes, numa espécie de apresentação das “novas diretrizes” da economia brasileira. O evento ocorre de 22 a 25 de janeiro, na estação de esqui, nos Alpes suíços, e reúne a nata do capitalismo mundial para discussão de temas que afetam o mercado financeiro e os setores produtivos das grandes nações.
Poucos dias após retornar, Bolsonaro passará por cirurgia para a retirada da bolsa de colostomia e restabelecimento das funções intestinais. A intervenção está prevista para o dia 28. Nestes casos, o paciente costuma permanecer sob observação médica por pelo menos cinco dias. A provável ausência de Bolsonaro também coincidirá com fato político decisivo para os próximos dois anos: a eleição para as mesas diretoras da Câmara e do Senado, no dia 1 de fevereiro.
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