Conforme anunciava a Rádio Difusora ainda em junho deste ano, o setor vitivinícola já estava em alerta em virtude do uso do 2,4-D na agricultura, motivo pelo qual consequências estariam sendo confirmadas na produção. Desta vez, a preocupação é ainda maior, em virtude de que a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação do Rio Grande do Sul (Seapi) analisou 53 amostras em solo gaúcho em 18 cidades, sendo 52 com resultados positivos e 47 propriedades atingidas com resíduos do agrotóxico.
O 2,4 D é aplicado na soja e é utilizado para eliminar a erva daninha, que acaba interferindo no desenvolvimento da lavoura por competirem pelos nutrientes, luz e água, presentes no solo.
Conforme o jornal Zero Hora, Bagé, Candiota, Dom Pedrito, Santana do Livramento, Jaguari e Monte Alegre dos Campos são algumas das cidades com propriedades afetadas.
Desde 2015, o debate sobre o tema vem sendo levado pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) junto com entidades ligadas a cadeia produtiva da uva, às esferas públicas pertinentes sem que uma solução efetiva ainda tenha sido tomada. No começo deste mês (foto de capa) representantes da entidade, juntamente com a Fecovinho (Federação das Cooperativas Vinícolas do RS) estiveram na Assembleia Legislativa do RS, juntamente com o deputado Edegar Pretto (PT), autor de um projeto que proíbe a venda e o uso no Estado, numa reunião também com a presença do presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Vilmar Zanchin (MDB).
Se tentou incluir em votação em regime de urgência do PL 262/2014 na Comissão da Casa, mas sem êxito, o debate deverá seguir em 2019.
O diretor do Ibravin, Carlos Paviani, diz que o problema já está ocorrendo também em regiões da Serra Gaúcha, responsável por 85% da produção de uvas no estado. Mas, segundo ele, o problema é mais grave com a produção de uvas na região do Vale do Jaguari. “A queda foi de 60% em relação à safra anterior. O uso de um herbicida numa cultura não pode eliminar a cultura vizinha. É o que está ocorrendo com o avanço da soja”, observa.
O diretor do Departamento de Defesa Agropecuária (DDA) da (Seapi), Antonio Carlos de Quadros Ferreira Neto, lamentou o fato de ser encontrado resíduos nas análises, não apenas na uva, como em olivas e maçãs. “Isto tem nos preocupado não é de agora. Vamos ter que achar um ponto de equilíbrio. Que seja autorizado, mas que tenhamos regras mínimas de aplicação”, defendeu em entrevista para Rádio Difusora.
Além da proibição do 2,4-D, Edegar Pretto tem mais dois projetos de sua autoria que tramitam na Assembleia para barrar o uso abusivo de agrotóxico no estado. Um para rotular embalagens de alimentos que foram produzidos com agrotóxico, e outro para proibir a pulverização aérea em todo o território gaúcho.
Fonte: Felipe Machado – Central de Jornalismo da Difusora
Foto: Leandro Molina
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