Entenda o impasse e a saída de Cuba do Programa Mais Médicos no Brasil

Foi na quarta-feira, dia 14, que o Ministério da Saúde foi comunicado pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), que o governo cubano encerrou sua parceira no programa Mais Médicos. O motivo foi uma declaração do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) por meio de sua conta no Twitter, de condicionar à continuidade do programa “a aplicação de teste de capacidade, salário integral aos profissionais cubanos, hoje maior parte destinados à ditadura, e a liberdade para trazerem suas famílias. Infelizmente, Cuba não aceitou”.

A nota do Ministério da Saúde diz que “o governo federal está adotando todas as medidas para garantir a assistência dos brasileiros atendidos pelas equipes da Saúde da Família que contam com profissionais de Cuba. A iniciativa imediata será a convocação nos próximos dias de um edital para médicos que queiram ocupar as vagas que serão deixadas pelos profissionais cubanos. Será respeitada a convocação prioritária dos candidatos brasileiros formados no Brasil seguida de brasileiros formados no exterior“.

Desde 2016, o Ministério da Saúde vem trabalhando na diminuição de médicos cubanos no programa. Até aquela data, cerca de 11.400 profissionais de Cuba trabalhavam no Mais Médicos. Neste momento, 8.332 das 18.240 vagas do programa estão ocupadas por eles.

A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) divulgou nesta quinta-feira (15) nota na qual ressalta a preocupação dos prefeitos das cidades com menos de 20 mil habitantes com a saída dos 8,5 mil profissionais cubanos que atuam no programa Mais Médicos. A entidade alerta que é preciso substituí-los sob o risco de mais de 28 milhões de pessoas ficarem desassistidas.

Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) foi outro órgão que divulgou nota. Dentre as considerações, diz que “a rescisão repentina desses contratos aponta para um cenário desastroso em, pelo menos, 3.243 municípios. Dos 5.570 municípios do país, 3.228 (79,5%) só têm médico pelo programa e 90% dos atendimentos da população indígena são feitos por profissionais de Cuba”.

Um grupo de 196 médicos retornou nesta quinta-feira a Cuba após três anos de trabalho no Brasil, os primeiros após o anúncio de Havana de sair do programa.

No Rio Grande do Sul são 617 cubanos que atuam, conforme tabela do Ministério. A reportagem tentou contato com a Secretaria Estadual de Saúde para saber a quantidade de profissionais por município, mas não obteve êxito.

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Fonte: Central de Jornalismo da Difusora

 

 

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