Evento promovido pela Associação dos Engenheiros e Arquitetos da Região dos Vinhedos ocorreu nos dias 08 e 09 de novembro da Casa das Artes
O Congresso Estadual da AEARV completou sua quarta edição fazendo jus ao tema proposto para o encontro em 2018: conectando profissionais. Durante os dias 08 e 09 de novembro, na Casa das Artes, engenheiros e arquitetos de Bento Gonçalves e região puderam acompanhar um intenso ciclo de troca de conhecimentos e muito networking com palestrantes gabaritados e marcas expoentes no mercado.
As vivências iniciaram na quinta-feira, com três painéis (veja mais abaixo) na parte da tarde. A sexta-feira teve programação integral, com seis palestrantes compondo o line-up técnico. A primeira delas teve como tema a arquitetura com alma. O arquiteto Jean Grivot apresentou os trabalhos e a história da Hype Studio, de Porto Alegre. “Trabalhar com uma arquitetura que emociona nos encaminhou a novos desafios, como a criação de uma incorporadora e de conceitos para os nossos ‘lugares com alma’”, comentou. Um dos projetos mais emblemáticos do escritório é a reforma do novo Beira-Rio – estádio do Internacional. “Às vezes somos limitados pelo mercado, mas também temos a oportunidade de extravasar nossas ideias, construir o que a gente acredita”, enfatizou Grivot.
Logo após, subiu ao palco o engenheiro Roberto Kochen, com a palestra ‘Infraestrutura – perspectivas para o Brasil’. Kochen abordou a situação brasileira com suas carências em mobilidade urbana, transportes, saneamento e até mesmo energia. “Nenhum país se desenvolve sem infraestrutura adequada, sendo que essa foi severamente negligenciada no Brasil nas últimas décadas”, ponderou. O engenheiro citou diversos exemplos, como os aeroportos, que são cerca de 300 no país. Desses, 50 são de grande porte, sendo 21 com movimento superior a 15 milhões de passageiros por ano, ou seja, uma área que necessita de atenção e investimentos adequados.
O engenheiro Roger Timm foi o terceiro a palestrar. Com o tema ‘A compatibilização de projetos – case Kurotel – e o alto padrão’, Timm abordou, entre ouros temas, o uso do steel frame – um sistema construtivo industrializado, rápido, limpo e ecologicamente correto. Ao apresentar o case do Kurotel – um dos 10 SPAs mais modernos do mundo, situado em Gramado – o engenheiro descreveu as oito características do projeto: conforto térmico e acústico, tempo de execução, menor interferência na operação, menor geração de resíduos, precisão arquitetônica, aproveitamento da área, compatibilização com projetos complementares e acabamento.
Após uma pausa para almoço, o congresso retornou com a palestra do arquiteto paranaense Gustavo Utrabo. Em busca de projetos alternativos e socialmente conscientes, Utrabo citou três itens que guiam seu trabalho: entender a pré-existência, criar sistemas que possibilitem ler o território e estabelecer uma relação do que se entende como natural, o que é da natureza, e artificial, algo conectado com a nossa cultura. “Para mim não basta construir por construir, tem que ter a possibilidade de fazer a diferença para um grupo social”, destacou.
Na sequência, a engenheira Maria Angelica Covelo abordou o estágio atual da implantação da norma de desempenho e as perspectivas da revisão 2018-2019. “Normas de edificações residenciais, no geral, foram criadas porque os projetos precisavam ter determinados desempenhos. Isso veio de áreas como saúde e psicologia, pois é preciso termos essas padronizações para uma boa convivência e segurança”. Para a engenheira, o maior desafio de colocar em prática uma norma é o conhecimento técnico. “Temos que aderir essa cultura normativa para nossos sistemas de segurança”, comentou. Ela participou da elaboração e da revisão da NBR 15575 – norma que trata da qualidade dos produtos da construção civil.
Para finalizar o ciclo, Ellen Renata Bernardi, da Ospa Arquitetura e Engenharia, trouxe a palestra ‘Projeto integrado: o modelo de negócio da Ospa’, trouxe à Bento Gonçalves os projetos de sucesso do escritório. Com obras em vários estados, a Ospa também conta com projetos paralelos, como o Urbe.me. “Essa é a nossa empresa de investimento imobiliário, primeira no Brasil a utilizar o conceito de crowdfunding para tornar acessíveis oportunidades antes restritas aos grandes investidores”, destacou.
O IV Congresso Estadual da AEARV teve patrocínio de Acquamondo, Açopema, Artelana, Bento Gesso, Cammino, Casa de Pedra, Confea, Costaneira, DCA, Deparis Iluminação, Lapividros, Meber, Mutua, Promob, Sole Aquecimento, Todeschini e UCS e contou com o apoio do CAU, do CREA-RS e da Ascon Vinhedos.
Primeiro dia com painelistas gabaritados
Três palestrantes fizeram parte do line-up da quinta-feira (08), abordando assuntos arquitetônicos e de engenharia:
Gustavo Cedroni
O arquiteto Gustavo Cedroni, primeiro palestrante do IV Congresso Estadual da AEARV, disse se interessar por projetos de cunho público, de contextos democráticos. “Me agrada a ideia de que muitas pessoas que eu não tenho contato direto possam usufruir das minhas ideias”, comentou. Cedroni mostrou projetos em que o escritório Metro (SP), do qual é sócio, trabalhou nos últimos anos. Os eleitos foram o Cais das Artes, em Vitória (ES), a Ladeira da Barroquinha, em Salvador (BA), o Refettorio, no Rio de Janeiro (RJ), e o ITA, em São José dos Campos (SP) – esse último uma ampliação do prédio desenhado por Oscar Niemeyer
Paulo Bassi
A apresentação do engenheiro Paulo Bassi, da construtora e incorporadora Melnick Even, versou sobre os desdobramentos da norma de desempenho no trabalho da empresa. A construtora, com 48 anos de mercado, estabeleceu um perfil de desempenho de edificações (PDE) em que atende, entre outros itens, orçamento com ensaios necessários para atingir a norma de desempenho e compra apenas de materiais normatizados. Bassi também apresentou o case do Max Plaza, em Canoas, complexo reúne apartamentos, escritórios, conveniência, serviços, lazer e o cuidado com a saúde em um único lugar. A obra está sendo erguida às margens da BR-116 e exigiu um desafio em termos acústicos para conter os barulhos externos e também entre os andares. As áres comuns das torres residenciais são na cobertura, onde concentram-se piscina, academia e salão de festas. “Cada um desses espaços precisou de uma solução acústica diferente para não interferir no andar debaixo, que é de área privativa”, disse.
Alex Brasileiro
Numa palestra bem-humorada, o arquiteto brasiliense Alex Brasileiro falou da importância de arquitetos e engenheiros atuarem no mercado de trabalho para buscarem as vivências que serão complementadas com a continuidade dos estudos. Disse que os arquitetos não podem ver colegas como concorrentes, e sim como possíveis clientes. E arrancou riscadas do público ao brincar que tanto arquitetos como engenheiros não sabem fazer parcerias por causa do ego. “A construção é multidisciplinar. Parcerias podem ser a chave para o sucesso financeiro”, falou. Segundo ele, 88% dos brasileiros fazem obras sem supervisão de arquitetos e engenheiros, e isso precisa ser combatido.”Nunca vi nenhuma obra sair mais barata sem a presença de profissionais”, comentou. Também falou não saber o segredo do sucesso, mas apresentou meios de se chegar lá.
“Empreender não significa criar uma empresa. Você pode empreender no escritório onde trabalha, enxergando oportunidades, resolvendo problemas”. E disse que há três caminhos para o fracasso – não ensinar o que se sabe, não praticar o que se ensina e não perguntar o que se ignora.
Fonte e fotos: Exata Comunicação
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