Dividida em cinco eixos de atuação, a Plataforma de Compromissos para um Brasil Industrial, apresentada pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), nesta terça-feira (18), será levada aos candidatos ao governo do Estado e encaminhada para a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Trata-se da reunião de propostas para que o País seja uma Nação industrial e não um “armazém de artigos e quinquilharias importadas”. O presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry, explicou que este é o momento adequado para apresentar o trabalho, elaborado pelo Grupo de Política Industrial da Federação e do Centro das Indústrias do Rio Grande do Sul, em função da proximidade das eleições e pelo fato de a Constituição Federal completar 30 anos este mês.
“Será que nessas três décadas da Constituição de 88, evoluímos? Será que a velocidade das mudanças no mundo estaria a indicar uma Constituinte Exclusiva para uma nova Carta Magna?”, questionou.
Segundo Petry, são reflexões muito importantes a serem feitas no aniversário da Constituição e se vinculam a duas conclusões do Grupo de Política Industrial: a primeira é a centralidade do setor industrial em relação ao crescimento econômico. São os produtos da indústria que impulsionam a produtividade agrícola e o comércio eletrônico, por exemplo. A outra conclusão é em relação às questões estruturais brasileiras. “Os alicerces da economia nacional estão corroídos. Há um enorme custo de insegurança jurídica, extrema burocracia, anacronismo estrutural, privilégios descabidos a corporações de funcionários públicos, crônica escassez de investimentos, partidos interferindo em órgãos técnicos, serviços precários à sociedade. Enfim, nada pode ser construído sobre essas bases movediças”, ressaltou.
As ações de curto prazo sugeridas fazem parte do posicionamento do Sistema FIERGS e defendem iniciativas que englobem todos os setores produtivos. A plataforma da entidade foi dividida nos seguintes eixos: Segurança jurídica, desburocratização, simplificação e eficiência administrativa/tributária do setor público; Infraestrutura e logística; Adequação do tamanho e peso do setor público, estabilidade macroeconômica e financiamento; Inserção externa e novas tecnologias e, também, Empreendedorismo, indústria e sociedade.
“Exemplos anteriores de receitas prontas foram um desastre. Não há uma fórmula pronta. Mas nós, como empresários responsáveis, temos que resolver problemas e apontar soluções”, observou o coordenador do Grupo, Carlos Alexandre Geyer.
Nas reuniões do Grupo, composto por 16 membros, os principais problemas apontados pelos industriais, revelou Geyer, foram carga tributária, burocracia, dificuldades de logística e insegurança jurídica.
A FIERGS entende que, caso implantada, a Plataforma de Compromissos para um Brasil Industrial trará como resultado a elevação geral do nível de competitividade da economia do País. “Sem uma reestruturação voltada para o aumento do profissionalismo, da eficiência e do equilíbrio do Estado, dificilmente o resultado esperado será atingido”, enfatiza o estudo da FIERGS, que foi apresentado pelo economista-chefe da entidade, André Nunes de Nunes.
Os principais pontos dos cinco eixos de atuação da política industrial são os seguintes:
Na questão da segurança jurídica, a FIERGS afirma que se trata do “pilar fundamental da atividade econômica privada, sem a qual não há ambiente para realizar investimentos e inovar”. O primeiro passo para a melhora no ambiente de negócios é a simplificação, reduzindo-se a burocracia para pagar imposto. Deve-se também evitar as constantes mudanças nas regras do jogo. Entre as medidas defendidas pela FIERGS para os futuros governantes do País estão uma Reforma Tributária que simplifique e incida menos impostos sobre bens e serviços e também torne mais simples a compensação de ressarcimento dos tributos. No RS, a proposta é pela reforma e simplificação do ICMS, bem como ampliação do prazo para seu recolhimento.
Em infraestrutura e logística, deve ser dada prioridade ao desenvolvimento da oferta de plataformas logísticas com armazenagem e a maior integração entre os modais de transporte. Como solução para os atuais gargalos, a Federação das Indústrias aponta privatizações e concessões. No RS, é fundamental, segundo a FIERGS, a privatização ou o fechamento da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), além da melhoria de acesso ao Porto de Rio Grande e modernização da malha ferroviária.
O terceiro dos cinco eixos da plataforma se refere à adequação do tamanho e peso do setor público. Para a FIERGS, a estabilidade macroeconômica é uma condição necessária para o planejamento e os investimentos de longo prazo. Para tanto, a diminuição da dívida pública e o controle da inflação possibilitarão taxas de juros mais baixas e um ciclo de geração de riquezas. Neste eixo, a entidade defende, entre outras medidas, a Reforma da Previdência, inclusive a estadual; independência do Banco Central e uma reforma administrativa. Para o governo do Estado, a proposta é a de que os recursos orçamentários do Legislativo, Judiciário, Ministério e Defensoria Pública (duodécimo) devem ser vinculados à receita efetivamente arrecadada.
Ao tratar da inserção externa e novas tecnologias, a FIERGS reforça que a maior integração internacional reduzirá o impacto dos ciclos econômico internos na indústria, gerando mais estabilidade de longo prazo para o País. Além disso, uma melhor inserção internacional das indústrias brasileiras proporcionará aumento de escala e redução de custos e maiores incentivos ao aumento da competitividade dentro da empresa. A Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul sugere também a simplificação dos procedimentos de acesso ao crédito para inovação.
Por fim, no último eixo da Plataforma de Compromissos, o de empreendedorismo, indústria e sociedade, a entidade salienta que o Sistema S apresenta grande relevância para a sociedade. Apenas o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) já formou 73,7 milhões de trabalhadores desde 1942.
São 541 unidades fixas e 452 móveis distribuídos em 1,6 mil municípios do Brasil atualmente. A FIERGS entende ser fundamental a preservação das conquistas da modernização trabalhista, além da defesa do aprofundamento da reforma, perseguindo as melhores práticas dos países desenvolvidos.
Para o Rio Grande do Sul, a extinção do Piso Regional se faz urgente e necessária, visto que Estados com o Piso Regional são os que menos crescem. Os cinco estados que adotam a política de valorização do Salário Mínimo – São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul – estão entre os oito que menos cresceram entre 2002 e 2015, de acordo com o IBGE. O Rio Grande do Sul, inclusive, foi o que teve o menor avanço do PIB nesse período: 30,8%, contra 45,4% do Brasil.
Fonte: FIERGS
Fiéis participam da Procissão do Encontro no Centro de Bento
Próxima sessão ordinária do Legislativo será dia 22 de abril, às 10h
Inscritos no NFG têm até este domingo, dia 20, para resgatar R$ 5,9 milhões do Receita Certa