Em palestra sobre cenários eleitorais, jornalista Daniel Scola também afirmou que falsas informações precisam ser combatidas
Os cenários políticos do Brasil, que já eram controversos, ganharam mais imprecisões após o atentado sofrido pelo candidato a presidente Jair Bolsonaro. Esse clima de incerteza é uma das tantas marcas que já definem o panorama das Eleições 2018 no país – somado ao fluxo de falsas informações, o curto período de campanha, o fim da polarização PT x PSDB e o governo não servindo de cabo eleitoral para nenhum candidato. Detalhando nuances desse panorama, o jornalista Daniel Scola palestrou na noite de segunda-feira (10), no Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG).
O apresentador do programa Gaúcha Atualidade analisou, a partir das rodas de entrevistas feitas pela emissora com todos os candidatos – com a exceção de Fernando Haddad, por conta das incertezas que rondam a campanha petista –, pontos fortes e fracos de cada um. Abordou também a capacidade de as redes sociais criarem bolhas, segmentando as relações entre pessoas que pensam da mesma maneira e impedindo uma visão mais ampla do processo eleitoral. Esse fato, inclusive, impediu um olhar mais plural da imprensa americana nas eleições de 2016, cuja cobertura para a RBS foi feita por Scola e por seu colega Rodrigo Lopes.
Scola disse que, passada as eleições, o primeiro semestre de 2019 será determinante para o futuro do país, pois a população anseia pela recuperação da economia e pela reorganização do país. “A costumeira lua de mel vai ser mais curta porque a paciência do brasileiro também está mais curta”, comentou, reforçando que o país precisa o quanto antes fazer as reformas previdenciária, administrativa e política. “Não estamos atentando, mas talvez esse seja a eleição que haverá menos renovação no Congresso por conta do fundo partidário”, observou o também gerente de Jornalismo da Gaúcha.
Sobre as eleições estaduais, o jornalista enxerga um cenário diferente: as perspectivas no Rio Grande do Sul são outras por conta da qualificação dos postulantes ao Piratini. Para os pretendentes ao cargo máximo do Executivo gaúcho, Scola aponta três grandes desafios que, sob sua ótica, se não forem superados, podem inviabilizar a manutenção do Estado. A começar pelas finanças.
“Se o próximo governador não continuar fazendo o que vem sendo feito, que é ajustar e buscar o déficit zero, o Rio Grande do Sul está fadado a virar o Rio de Janeiro, sendo socorrido pelas grandes economias europeias”, comparou. Junto a isso, disse ser vital destravar a infraestrutura – “não dá para admitir que as duas maiores cidades do Estado não sejam ligadas por uma rodovia duplicada em sua totalidade” – e melhorar a educação – “hoje, 70% dos alunos que saem do ensino médio são incompetentes para português e matemática”.
Scola também falou sobre o papel da imprensa nas eleições: além de ser o grande meio pelo qual as pessoas se informam, torna as ações praticadas pelos governantes mais transparentes. Disse, ainda, que faltam às redes sociais credibilidade para revelar uma história, instrumentos para checar uma informação e legitimidade para cobrar um político sem aproximação com ele. “Nosso papel é acabar com a informação falsa que está circulando com velocidade brutal. Nós da imprensa que vamos cobrar os compromissos dos próximos governantes e levantar bandeiras importantes para o desenvolvimento estadual e regional. Também temos que buscar o maior número de opiniões, porque temos que ser plural para entender a sociedade”.
Gialdi destaca participação da sociedade no processo eleitoral
Para o presidente do CIC-BG, Elton Gialdi, a entidade está cumprindo também com seu papel social na construção de uma sociedade mais crítica. Ao, mais uma vez, trazer a política para o ambiente empresarial, o CIC expõe seu engajamento para reforçar o entendimento da política como fator central nas mudanças de rumo do país. “Vamos exercer com critério nosso poder de voto. Precisamos renovar o pensamento político. É nosso direito e nosso dever exigir dos candidatos uma nova forma de se fazer política”, disse.
O dirigente acredita que o atual momento exige uma ação da sociedade em relação ao futuro político do Brasil. E entender os cenários que se desenham para as eleições é o primeiro passo. “Seremos bombardeados por uma infinidade de informações, de declarações, de boas intenções e promessas. Que muitas e muitas vezes vemos desaparecer depois que o candidato assume seu mandado. Por isso, é preciso que tenhamos bom senso. Façamos uso de nossa capacidade de discernimento”, sugeriu Gialdi.
Fonte e fotos: Exata Comunicação
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