Direta, contundente e assertiva, a presidente da Federação das Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), Simone Leite, fez um apelo à plateia que a assistiu no Centro da Indústria, Comércio e Serviços (CIC-BG) no dia 16 de julho: “nós precisamos falar sobre política”. Para ela, parte da responsabilidade vivenciada pelo país, com crises em diversas esferas – ética, moral e política, que desencadeou também o recesso econômico –, deu-se pela omissão dos brasileiros. “Enquanto negamos a política, alguém está nos governando, e muitos outros estão se preparando para assumir o poder. A política muda nossa vida, para o bem e para o mal”, advertiu.
Mas há espaço para mudanças, e isso passa pelas eleições em outubro – o que, para ela, é a pauta mais importante do país neste ano –, embora de nada adianta se não houver uma efetiva participação de empresários e comunidade em geral. “Temos que influenciar, sermos elementos ativos na transformação de nosso Estado, de nosso país, que só vai mudar através da política”. Simone defende que não basta votar e se resguardar com o resultado. “Alguém foi eleito e estará governando nossa vida”, comentou.
Para ela, não basta cumprir com o dever cívico nas eleições. É preciso participar. “Vivemos numa sociedade individualista, é mais cômodo se esquivar das responsabilidades, delegar nossas responsabilidades”, ponderou. A dirigente da Federasul, por exemplo, não evitou o peso do cargo. Uma das primeiras atitudes como primeira mandatária mulher da entidade foi mudar o estatuto que não previa manifestações políticas e religiosas na associação. E foi além. No último congresso da entidade, em junho, os pré-candidatos ao governo do Estado da esquerda não foram convidados para o painel político do encontro.
“Acho que a Federasul deixou de ser hipocritamente isenta quando não chamou esses pré-candidatos que não têm os mesmos valores da classe produtiva gaúcha”, argumentou. A atitude, segundo ela, evita a recorrente prática de os empresários financiarem um pouco cada candidatura – assim ficariam de bem com qualquer que fosse o vencedor –, até então uma ação comum antes da mudança do financiamento de campanha.
Simone também criticou quem tem defendido votos em branco ou nulo como sinal de protesto à classe política. “Que protesto é esse?”, indagou. “É omissão total, anular o voto pra dizer depois “eu não votei em ninguém porque ninguém me representa”. “Como se fosse possível alguém não se eleger”.
Sobre o Rio Grande do Sul, a presidente da Federasul disse que a sociedade gaúcha vive uma crise financeira. Por isso, criticou os partidos de centro-direita que buscam protagonismo num momento em que o Estado precisa estar unido. “É uma cultura que cada um de nós pode influenciar. Já imaginaram se o MDB, o PSDB, o PP, o Novo e outros partidos estivessem juntos com um único projeto de reconstrução do Estado do Rio Grande do Sul? Teríamos condição de ganhar no primeiro turno e legitimidade para governar com uma Assembleia Legislativa mais organizada”.
Aliás, Simone criticou duramente o Parlamento. Para ela, se repetirá o que ela chamou de “uma Assembleia ideologicamente prostituída”. “Eu vou muito à Assembleia e vejo os partidos dizendo, “não somos mais da base do governo, não vamos ajudar o Sartori”. Como se votar algo importante fosse para ajudar o governador que ora ocupa o Palácio Piratini”.
Para mudar esse cenário de crise na política nacional e de finanças no Estado, Simone prega serenidade e coragem. “ Que consigamos transformar nosso espírito empreendedor numa força política, numa voz ativa na construção do Brasil e do Rio Grande que nós todos queremos”.
Empresariado pode e deve melhorar o país
O conceito de engajamento político por parte da classe empresarial é uma das bandeiras que o presidente do CIC-BG, Elton Paulo Gialdi, vem defendendo de forma contundente desde que assumiu a presidência da entidade bento-gonçalvense. “A classe empresarial precisa conhecer e utilizar a sua força. Precisamos assumir nossa responsabilidade e protagonizarmos as escolhas políticas das quais depende o progresso de uma nação.
Como empresários, somos importantes na cadeia de desenvolvimento do país: empregamos, geramos riquezas através de impostos. Mas além de cuidarmos de nossos negócios, devemos ser mais participativos e contundentes com nossas demandas. Isso significa exercitar a cidadania e a liderança. Faz parte do nosso dever ajudar uma sociedade que tanto carece de bons exemplos”, disse, ao sensibilizar o empresariado local a fazer parte desse projeto de mudança.
Fotos: Barbara Salvatti/Exata Comunicação
Fonte: Exata Comunicação
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