Em 2017, sete mil brasileiros entraram para o grupo dos que possuem fortuna acima de US$ 1 milhão, segundo um relatório sobre riqueza mundial da consultoria Capgemini. O número de milionários cresceu 4,25%, passando de 164,5 mil pessoas para 171,5 mil.
O estudo considera os chamados HNWIs (high net worth individuals, em inglês), que possuem patrimônio maior que US$ 1 milhão, excluindo a residência de moradia, artigos colecionáveis e bens de consumo duráveis.
Somada, a riqueza deste grupo no Brasil foi de US$ 4,5 trilhões no ano passado, um crescimento de 8,2% em relação a 2016. Apesar disso, o crescimento das fortunas brasileiras desacelerou no último ano. Entre 2015 e 2016, o patrimônio dos super-ricos havia subido mais, em 12,7%.
O crescimento robusto do Brasil puxou o número total de super-ricos na América Latina, segundo o estudo da Capgemini. O continente concentra 28% da riqueza dos milionários, embora responda por apenas 8% do número de indivíduos nesta condição.
Enquanto isso, a desigualdade no País cresceu no 1º trimestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo pesquisa divulgada em maio pelo Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Fundação Getulio Vargas). Os 20% mais pobres tiveram queda real de 5% na renda média mensal, enquanto os 20% mais ricos tiveram aumento de 10,8%.
E o aumento das fortunas contrasta com o crescimento tímido da economia brasileira, que demora para se recuperar da recessão. O PIB (Produto Interno Bruto) saiu do vermelho em 2017, mas o crescimento foi de 1%, em valores correntes de R$ 6,6 trilhões.
Fortuna ultrapassa US$ 70 trilhões
Em todo o mundo, a riqueza dos HNWIs ultrapassou, pela primeira vez, US$ 70 trilhões, com um avanço de 10,6%, chegando ao sexto ano seguido de ganhos acumulados em 2017. Foi o segundo ano de crescimento mais rápido desde 2011, segundo o estudo.
Os maiores mercados ainda são compostos pelos Estados Unidos, Japão, Alemanha e China, representando 61,2% da população global de HNWIs em 2017 e respondendo por 62% dos novos HNWIs no mundo.
A Ásia-Pacífico e a América do Norte representaram 74,9% do aumento global da população de super-ricos (aumento de 1,2 milhão) e 68,8% do aumento da riqueza global dos HNWIs, de US$ 4,6 trilhões. A Europa cresceu 7,3% em riqueza deste grupo.
Mais ricos
Cinco bilionários brasileiros concentram patrimônio equivalente à renda da metade mais pobre da população do Brasil, conforme um estudo divulgado no início do ano pela organização não-governamental britânica Oxfam.
Segundo estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil possuía 207,6 milhões de habitantes em 2017.
A lista era encabeçada por Jorge Paulo Lemann, sócio do fundo 3G Capital, que possui participações nas empresas AB InBev (bebidas), Burger King (fast food) e Kraft Heinz (alimentos): Jorge Paulo Lemann, 78 anos (3G Capital) – R$ 95,3 bilhões; Joseph Safra, 78 anos (Banco Safra) – R$ 71,1 bilhões; Marcel Herrmann Telles, 67 anos (3G Capital) – R$ 47,7 bilhões; Carlos Alberto Sicupira, 69 anos (3G Capital) – R$ 40,7 bilhões; Eduardo Saverin, 35 anos (Facebook) – R$ 29,3 bilhões.
Para fazer seus levantamentos, a ONG britânica de combate à pobreza usa dados sobre bilionários da revista “Forbes” e informações sobre a riqueza em escala global de relatórios do banco Credit Suisse.
No ano em que o mundo teve um acréscimo recorde de bilionários – um a cada dois dias -, o Brasil ganhou 12 novos integrantes. O grupo passou de 31 para 43 integrantes em 2017.
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