A incerteza em relação ao futuro da economia brasileira e à situação das empresas aumentou após a crise provocada pela paralisação dos caminhoneiros no mês passado. É o que revela o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI-RS) de junho, divulgado pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), ao apontar uma queda de 6,2 pontos, a mais acentuada desde fevereiro de 2015, e atingir 50,4, o menor nível em dois anos. O resultado foi a terceira redução consecutiva, bem próxima da marca neutra de 50 pontos que separa presença ou ausência de confiança entre as 237 consultadas pela pesquisa.
Nos índices avaliados pelo ICEI-RS, o maior recuo ficou com o das Condições Atuais, 11 pontos, ao passar de 53,8 em maio para 42,8 em junho. O empresário gaúcho não percebia piora nas condições atuais, expressa pelo resultado abaixo dos 50 pontos, desde agosto de 2017. A principal influência veio da forte deterioração das Condições da Economia Brasileira, cujo recuo alcançou 15,6 pontos ante maio e chegou a 35,1. Nos últimos três meses, o percentual de empresários que percebem piora na economia brasileira subiu de 13% para 28,8%.
O Índice de Condições Atuais das Empresas também mostrou contração significativa em relação ao mês passado, de 8,6 pontos, e chegou a 46,8. A dimensão dessas quedas só encontra paralelo em janeiro de 2009, sob o impacto da crise de 20018, quando o ICEI/RS ainda era calculado em bases trimestrais.
PERSPECTIVAS
Este cenário de crise fez os empresários gaúchos reverem para baixo as perspectivas para os próximos seis meses. O Índice de Expectativas (IE) de junho recuou 3,8 pontos sobre maio, para 54,1, mas seguiu na faixa de otimismo. Mais uma vez, foram sobre a economia brasileira que incidiram as revisões mais profundas, com o otimismo cedendo lugar ao pessimismo: o índice caiu de 53,4 para 46,6 pontos. As expectativas sobre as empresas recuaram de 60,5 para 58 pontos entre maio e junho, sustentando o índice geral no campo otimista.
Diante de tamanha incerteza, o percentual de industriais que projetam melhora na economia brasileira caiu de 45,9% para 19,1% entre março e junho.
O período de coleta da pesquisa ocorreu entre 1º e 14 de junho, e foram consultadas 56 empresas pequenas, 87médias e 94 grandes. Mais informações AQUI.
Fonte: Fiergs
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